O governador Camilo Santana participou, na tarde desta sexta-feira (23), de uma reunião com o comitê que delibera sobre o plano de retomada econômica do Ceará. Na ocasião, o grupo definiu a proibição da realização de eventos festivos em ambientes fechados no Estado a partir do próximo decreto, que passa a valer na próxima segunda-feira (26).
Segundo o membro do Grupo Técnico do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 do Estado e coordenador de Inovação da Secretaria Executiva de Comércio, Serviços e Inovação do Ceará, Expedito Parente Jr, os eventos que passam a ser proibidos são aqueles com fim de comemoração e entretenimento. No entanto, congressos e eventos corporativos em ambientes fechados com no máximo 100 pessoas continuam permitidos.
"Os eventos festivos são aqueles com propósito de comemorações e entretenimentos, com elevado risco de aglomeração, descumprimento do uso de máscaras e dos distanciamentos mínimos, muitas pessoas ocupando espaços privados ou públicos", esclarece.
De acordo com o chefe do Executivo estadual, os especialistas da saúde apresentaram argumentos e estudos que apontam os locais fechados os maiores disseminadores do coronavírus neste momento, com maior potencial de risco de contaminação, principalmente quando não há o uso da máscara.
Casos entre jovens e adultos
Ele chamou atenção para um dado apresentado na reunião: de que o aumento recente de casos registrado em algumas áreas de Fortaleza tem atingido, com maior intensidade, as pessoas entre 20 e 39 anos de idade.
'Novo lockdown'
Camilo Santana também reforçou a importância da ação da Justiça Eleitoral e Ministério Público Eleitoral (MPE) para conter os abusos praticados nos eventos da campanha política. "Não podemos aceitar que sejam promovidas aglomerações de forma inconsequente, colocando em risco a vida das pessoas", afirmou.
Nas redes sociais, o governador ainda aproveitou para desmentir um boato surgido na última quinta-feira (22) de que o Governo estaria anunciando um novo lockdown.
"Não há qualquer previsão nesse sentido. Esse aumento recente de casos em algumas áreas mostra que não podemos relaxar os cuidados, porque a pandemia ainda continua, mas sem a necessidade, neste momento, de medidas mais extremas", disse Camilo Santana.
Repercussão no setor
Diante da probição de eventos festivos em lugares fechados, representantes ligados ao setor afirmam que foram pegos de surpresa. Os empresários temem ainda que ocorram cortes nos postos de trabalho com os cancelamentos das comemorações, e a expectativa, agora, dizem, é que as pessoas as adiem.
A presidente do Sindicato das Empresas Organizadoras de Eventos e Afins (Sindieventos), Circe Jane, pontua que os empresários não esperavam a decisão. "Isso tudo por causa da irresponsabilidade de grupos, especialmente os políticos, que estão se aglomerando em locais abertos e fechados, e que faz aumentar o número de casos aqui", destaca.
Para a presidente do Visite Ceará, Ivana Bezerra, "se estão proibindo a realização de eventos festivos em ambientes fechados, entende-se que a situação está pior. É algo negativo para o setor em um modo geral. Afeta diretamente o número de viajantes, e qualquer retrocesso traz impacto negativo".