Cai pessimismo com cenário econômico, aponta pesquisa cearense

Divulgado nesta quarta-feira (24), o Índice de Expectativas dos Especialistas em Economia (IEE) mostrou redução de pessimismo em relação à pesquisa anterior

Cenário ainda é pessimista, mas especialistas em economia já percebem uma melhora no quadro econômico nacional. É o que mostra a quadragésima quarta edição da pesquisa Índice de Expectativas dos Especialistas em Economia (IEE).

A pesquisa levou em consideração a avaliação de 103 economistas no período entre julho e agosto, avaliando diferentes critérios que moldam as expectativas presente, futura e geral da economia nacional.

Esta edição, divulgada hoje (25) demonstra uma redução de 26% do pessimismo quando comparada à última pesquisa, referente a maio e junho. O IEE é realizado em parceria entre a Fecomércio-CE e o Conselho Regional de Economia (Corecon-CE).

Principais resultados

O IEE pontua diferentes critérios como cenário internacional e taxa de inflação, conferindo uma pontuação de 0 a 200. Quando o número está abaixo de 100, se configura uma expectativa pessimista.

Nesta edição, os índices de percepção geral e presente apresentaram redução no pessimismo, enquanto o índice de percepção futura registrou otimismo.

O índice de percepção geral passou de 77,3 pontos para 97,4 pontos, uma redução de 26% no pessimismo em relação à pesquisa anterior. Enquanto isso, a percepção sobre o desempenho presente mostrou redução no pessimismo de 38%, alcançando 86,6 pontos.

Sobre o comportamento futuro das variáveis, a pesquisa revela uma melhora nas expectativas, com o índice entrando na zona do otimismo, alcançando 108,1 pontos.

Para o economista e conselheiro regional do Corecon-CE, Ricardo Eleutério, o avanço da vacinação no mundo e no país teve efeito na melhoria das variáveis.

"O avanço da vacinação no mundo e no país permitiu uma melhor dinâmica econômica. Essa retomada foi produzindo crescimento do PIB, temos uma expectativa de crescimento", destaca.

Variáveis analisadas

Otimismo

  • Cenário internacional (170,3 pontos)
  • Evolução do PIB (169,3 pontos)
  • Nível de emprego (129,7 pontos)
  • Oferta de crédito (126,2 pontos)
  • Taxa de câmbio (107,4 pontos)

Pessimismo

  • Gastos públicos (51,5 pontos)
  • Salários reais (51,5 pontos)
  • Taxa de inflação (41,6 pontos)
  • Taxa de juros (28,7 pontos)

Ricardo Eleutério destaca que a melhoria dos indicadores para a próxima pesquisa depende de três pontos principais: desemprego, inflação e gastos públicos.

Estamos em um país com nível de desemprego de 14,6%, o desafio muito grande é reduzir o desemprego. Precisamos encontrar equilibrio nas contas públicas, o que é um desafio muito grande principalmente diante de um ano eleitoral (2022). Desafio também é fazer a nossa inflação reduzir e aumentar o poder de compra da sociedade
Ricardo Eleutério
economista e conselheiro do Corecon

Causa e consequência

De acordo com os realizadores da pesquisa, as expectativas do IEE impactam positivamente ou negativamente o comportamento das diversas variáveis econômicas como consumo, investimento, poupança, taxa de juros, dentre outras.

Ao mesmo tempo, a performance, positiva ou negativa das variáveis, índices e indicadores econômicos interfere na percepção dos diversos agentes econômicos. Assim, as expectativas são a um só tempo causa e consequência do comportamento econômico.

De periodicidade bimestral, a pesquisa colhe expectativa de profissionais dos mais diversos setores da economia cearense: indústria, agricultura, setor público, mercado financeiro, comércio e serviços.

Economistas, empresários, consultores, executivos de finanças, professores universitários, pesquisadores, analistas e dirigentes de entidades diversas contribuíram com suas percepções.