Baixo repasse afeta Cinturão das Águas

A obra do Cinturão das Águas do Ceará (CAC) ainda não foi concluída porque, para tocar os serviços, o Estado depende da liberação de recursos do governo federal, por meio do Ministério da Integração Nacional. Nos últimos anos, o repasse de verbas vem sendo feito a conta-gotas, gerando atraso no equipamento, que deveria ter sido entregue à população em 2015.

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O último repasse foi realizado no início deste mês, no valor de R$ 60 milhões. De acordo com o Ministério da Integração Nacional, serão feitas, gradativamente, em função da análise da execução da obra, orçada em cerca de R$ 2,1 bilhões. Inicialmente, o investimento total previsto para o CAC era de R$ 1,5 bilhão, sendo R$ 1,1 bilhão de recursos federais e R$ 393,5 milhões de contrapartida do Governo do Estado, um custo 40% menor.

No último dia 10, o governador do Ceará, Camilo Santana, participou na cidade de Missão Velha da solenidade de conclusão da obra do túnel Veneza, o maior equipamento do CAC, com 2.322,36 metros. O empreendimento receberá as águas da transposição do São Francisco e será responsável por abastecer diversas regiões do estado, incluindo a Região Metropolitana de Fortaleza. "É a segurança de que nosso estado não sofra com o desabastecimento", afirmou Camilo.

Cidades beneficiadas

As 25 cidades atendidas diretamente com o trecho 1 do Cinturão das Águas do Ceará são: Jati; Brejo Santo; Porteiras; Abaiara; Missão Velha; Barbalha; Crato; Juazeiro do Norte; Santana do Cariri; Nova Olinda; Milagres; Farias Brito; Lavras da Mangabeira; Várzea Alegre; Iguatu; Icó; Orós; Mauriti; Aurora; Caririaçu; Granjeiro; Cariús; Cedro e Quixelô.

O projeto do Cinturão das Águas do Ceará prevê a construção de 1,3 mil quilômetros de canais, sifões e túneis que levarão água para 12 bacias hidrográficas do Estado. A obra é executada pelo Governo do Ceará, com ajuda de recursos da União.

Dividido em cinco lotes, o trecho 1 terá 154 quilômetros (km) de extensão e tem mais de 60% dos trabalhos executados, segundo a Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH). Esse é o trecho considerado o principal, pois se concentra na área que receberá as águas da transposição, a partir de Jati, chegando a Fortaleza.

De acordo com o Ministério da Integração Nacional, no último ano - entre maio de 2016 e abril de 2017 - o empreendimento obteve mais de R$ 244 milhões da União, valor 70% superior ao observado entre maio de 2015 e abril de 2016.

"Além do apoio àquela que é considerada a principal obra hídrica estruturante do Ceará, o Ministério da Integração Nacional está auxiliando o governo do estado com outras ações e projetos para melhorar a qualidade de vida da população, que tem enfrentado período de estiagem prolongado", diz a pasta.