Em 7 meses, VLT avançou só 5%; Linha Leste parada
O Veículo Leve sobre Trilhos deveria ter ficado pronto em 2014. Já o trecho do Metrofor foi paralisado em 2015
Iniciadas em 2012, as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) Parangaba-Mucuripe deveriam ter ficado prontas para a Copa do Mundo de 2014. Os serviços foram suspensos em maio de 2014 devido à quebra de contrato com o consórcio CPE-VLT, em razão de descumprimento de prazos, sendo retomados em julho de 2015.
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Responsável pelo empreendimento, a Secretaria da Infraestrutura do Ceará (Seinfra) informa que a obra, dividida em três trechos, está em andamento com 65%. Em novembro do ano passado, o percentual de execução era de 60%, mostrando que o trabalho pouco avançou em sete meses.
O primeiro trecho a entrar em operação é o 2, que está com 95% de execução e fica entre as estações Borges de Melo e Parangaba. Este trecho já está em operação experimental (sem passageiros) desde setembro do ano passado e deverá entrar em operação assistida até o fim deste mês, segundo a Seinfra. "Nesta fase, o sistema operará com passageiros, em horários reduzidos e terá embarque gratuito. Esta é a etapa de implantação do VLT em que a população começa a se habituar com a disponibilidade do novo serviço", diz a Seinfra.
Próximos passos
O trecho 1, que contempla a construção da passagem inferior da Avenida Borges de Melo, está com 60% dos serviços executados e deverá ser entregue em setembro deste ano. Já o trecho 3, que compreende o percurso entre as estações Iate e Borges de Melo, está com o cronograma em execução, com expectativa de entrega em 2018.
Quando finalizado, o VLT terá 13,4 quilômetros ligando os bairros Mucuripe e Parangaba. Desta extensão, serão 12 quilômetros em superfície e 1,4 quilômetros de trechos elevados.
Demanda
O Ramal atravessará 22 bairros, área que concentra mais de 500 mil moradores de Fortaleza. A previsão de demanda potencial do novo modal é de 90 mil passageiros por dia.
Os serviços nos três trechos são executados pelo Consórcio VLT Fortaleza, formado pelas empresas AZVI S/A do Brasil e Construtora e Incorporadora Squadro Ltda. A obra é estimada em R$ 284,6 milhões.
Metrofor
Para que as obras da Linha Leste do Metrô de Fortaleza (Metrofor) sejam retomadas, o governo estadual aguarda a liberação de cerca de R$ 2 bilhões, sendo R$ 1 bilhão do Ministério das Cidades e R$ 1 bilhão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Há poucos dias, o governador Camilo Santana disse que, caso o impasse não seja resolvido, poderá entrar na Justiça para garantir os recursos para a Linha Leste. "Se não conseguirmos via diálogo, eu tomarei a decisão de judicializar, até porque eu tenho todos os documentos que mostram a autorização", afirmou.
As obras da Linha Leste do Metrô começaram em novembro de 2013 e foram paralisadas no início de 2015, por conta da reformulação societária articulada pelo consórcio Cetenco-Acciona, responsável pelos serviços.
A expectativa inicial era que parte do equipamento fosse entregue em 2014, o que não ocorreu, sendo a nova data de conclusão prevista para 2019.
Pelo aditivo, o valor contratual remanescente foi mantido, cujo saldo residual do montante global original é de R$ 2.212.336.307,43. Desse total, cerca de R$ 50 milhões já foram investidos na Linha Leste.