Os papéis de negócios cearenses listados em bolsa apresentaram, em fevereiro, desvalorização de 4,31%. O desempenho foi semelhante ao do Ibovespa - índice das ações mais negociadas na Bolsa brasileira - em igual período (-4,37%). Em 24 meses, porém, as ações de negócios cearenses tiveram valorização de 73,66%, enquanto o Ibovespa apresentou crescimento de 15,12% no período.
O índice é composto pela trajetória das ações de oito empresas sediadas no Estado com atuação na B3 (Bolsa, Brasil, Balcão) e na Nasdaq (bolsa de valores novaiorquina). São elas: Arco Educação; Banco do Nordeste; Enel Ceará; Grendene; Hapvida; M. Dias Branco; Pague Menos e Aeris.
Como foi o desempenho das empresas
Das oito, apenas uma apresentou valorização no segundo mês de 2021, caso da Arco Educação, listada na Nasdaq. Os papéis do unicórnio (startups com US$ 1 bilhão em valor de mercado) apresentaram valorização de 13,11% em fevereiro.
A desvalorização mais expressiva foi observada nos papéis da Enel Ceará (ordinárias), com queda de 19,3%. Em seguida, aparece a Aeris, com retração de 13,34%. Os papéis da Hapvida aparecem com a terceira maior desvalorização entre as cearenses listadas em bolsa, com queda de 10,89%.
As ações preferenciais da Enel Ceará tiveram desvalorização de 9,35%. Grendene retraiu 7,13% e Banco do Nordeste caiu 4,99%. M. Dias Branco apresentou baixa de 4,81% e a menor queda em bolsa brasileira ficou com os papéis da Pague Menos, que apresentaram baixa de 2,46%.
A retração de 4,31% do IAC em fevereiro vem após uma alta de 2,82% em janeiro deste ano, quando três empresas haviam apresentado resultados mensais positivos na bolsa: Aeris (+18,4%); Hapvida (+12,5%) e Pague Menos (+12,5%).
Considerando os últimos anos 10 anos, desde fevereiro de 2012, as empresas cearenses listadas em bolsa apresentaram um desempenho bem acima do Ibovespa. Se um investidor tivesse aportado R$ 100 no Ibovespa em fevereiro de 2012, teria R$ 190 hoje. Se o tivesse feito nas empresas cearenses, considerando as que foram abrindo capital posteriormente, teria R$ 469.
Perspectivas positivas
O economista e professor da Universidade de Fortaleza, Allisson Martins, pontua que as perspectivas, apesar do resultado negativo em fevereiro, são positivas. Mesmo com o avanço do coronavírus no País e no mundo, ele destaca que as empresas cearenses possuem robustez e boa performance, o que permite um horizonte melhor no longo prazo.
"O resultado de fevereiro reflete bem essa inconstância do mercado de capitais. Oscilações na Bolsa em um curto prazo são comuns. No longo prazo, a expectativa ainda é boa. Um exemplo é a Hapvida, que anunciou a sua fusão com a Intermédica. Essas ações subiram 5% ontem", explica Martins. Dentro da metodologia do índice, a Hapvida possui o maior peso pelo seu valor de mercado e quantidade de ações negociadas.
O objetivo do IAC é acompanhar o desempenho médio das cotações desses negócios e ser benchmark (referência) para aplicações financeiras. A iniciativa é um projeto desenvolvido pelo curso de Ciências Econômicas da Universidade de Fortaleza (Unifor).