Hospital São Mateus adota nova técnica de intervenção para aneurisma cerebral

Método usa um dispositivo flexível e menos invasivo lançado no Brasil nesta semana. Além de Fortaleza, somente Brasília, Curitiba e São Paulo disponibilizam o tratamento

Escrito por Redação , metro@svm.com.br
Legenda: Hospital São Mateus tem técnica inovadora para tratar aneurismas
Foto: Helene Santos

O Hospital São Mateus, em Fortaleza, passou a adotar um novo tipo de tratamento para aneurisma cerebral. Substituindo os procedimentos invasivos, a técnica que chegou ao Brasil nesta semana utiliza um stent mais flexível, acelerando o processo de cicatrização e com a possibilidade de reversão do quadro clínico do paciente. Além da Capital, apenas Brasília, Curitiba e São Paulo usam o método.

O neurocirurgião Victor Pereira explica que a terapia é do tipo endovascular, isto é, não necessita da abertura do crânio para intervir na doença, como nos demais tratamentos cirúrgicos.

"É minimamente invasiva. Vem pelas artérias, geralmente na virilha ou no braço e vai colocar um stent que foi desenhado para ser implantado em pequenos vasos com um sistema que é bem mais flexível e mais fácil de navegar as curvas e as tortuosidades da circulação cerebral", detalha.

Existem outros stents colocados com catéteres mais largos, mas o médico pondera que o procedimento tem um nível de dificuldade e um risco maiores. Segundo ressalta, Fortaleza recebe o que há de mais inovador em tratamento de aneurisma, tanto pela facilidade de implantação do dispositivo no paciente quanto pelos benefícios após a execução do método.

"Essa tecnologia é inovadora porque favorece a cicatrização da abertura do aneurisma e também permite a colocação de um stent com catéter menor e de uma forma mais fácil e consistente nos vasos cerebrais", afirma, complementando que "uma vez o aneurisma tratado com essa técnica capturada, nunca mais volta. A gente está trazendo uma técnica de cura dos aneurismas cerebrais", atesta. 

Causas

O aneurisma ocorre pelo enfraquecimento ou defeito da parede arterial, podendo estourar e causar hemorragia ou ainda permanecer sem romper ao longo da vida. Os sintomas variam de acordo com a área do cérebro afetada, a exemplo de dor de cabeça súbita, náuseas, vômitos e perda de consciência. 

"Os fatores de risco são pessoas que têm histórico na família. É interessante depois dos 20 anos, a cada 5 ou 10 anos fazer uma angiotomografia ou uma angioressonância para avaliar os vasos da cabeça. Pacientes que fumam, que têm pressão alta, dislipidemia. Não necessariamente fazer exame, mas se tiver dor de cabeça, algum sintoma neurológico atípico, tem que procurar um neurologista", alerta Victor Pereira. 

Segundo o neurointervencionista Francisco Mont'Alverne, o rompimento do aneurisma cerebral provoca a morte de 70% dos pacientes, sendo 50% pela gravidade do sangramento e outros 20% a caminho da unidade hospitalar. Dos que conseguem sobreviver, somente 1/3 volta às atividades normais, aponta. 

"Uma grande parcela desses pacientes pode descobrir esses aneurismas sem romper, mas a revolução tecnológica tem permitido primeiro diagnosticar antes que isso aconteça e depois tratar sem neurocirurgia, diferente de antes quando não era possível", comenta o médico sobre a importância das consultas preventivas.

Para Francisco Mont'Alverne, o uso do stent no Hospital São Mateus vai permitir que o paciente tenha "uma reinserção na vida normal em pouco tempo". "Você consegue fazer um procedimento mais rápido, evita estadia prolongada do paciente com uma internação bem mais curta e tem menor risco de sequelas".

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