Em Fortaleza, a taxa de congestionamento no trânsito na última semana foi 24% menor em relação ao mesmo período de 2019, antes da pandemia de Covid-19. Os dados são do índice de tráfego TomTom, que monitora níveis de congestionamento no trânsito em mais de 400 cidades do mundo. Os engarrafamentos, porém, segundo o sistema, têm gradualmente voltado a crescer na Capital após o início da reabertura das atividades econômicas e sociais.
Na primeira semana de maio, logo após o Governo encerrar o segundo lockdown decorrente da segunda onda da pandemia, Fortaleza registrou a maior taxa de congestionamento do ano de 2021. Naquela época, a taxa chegou ao pico de 34%, embora ainda 11% menor em comparação ao mesmo período de 2019.
De lá para cá, as taxas semanais têm oscilado entre 28% e 31%, o que indica uma estabilidade do congestionamento, que se acentua especialmente às sextas-feiras.
Nesta segunda-feira (21), às 16h, o sistema internacional apontava que a média de congestionamento naquela hora, na Capital, era de 33%. Enquanto que, no ano passado, no mesmo dia e no mesmo horário, era 36%. E, em 2019, 43%. Além disso, os gráficos mostram que, nesta segunda-feira, o pico de engarrafamento foi registrado entre 7h e 8h, geralmente no deslocamento das pessoas entre casa e trabalho — e, em alguns casos, para a escola.
De acordo com o decreto vigente de isolamento social em Fortaleza, estão, desde a semana passada, liberadas aulas presenciais do ensino infantil, fundamental e médio, desde que com apenas metade da capacidade total das salas. Comércios de rua, restaurantes, shoppings e cinemas, dentre outras atividades econômicas, também têm autorização para funcionar em horário estendido e com capacidade limitada, bem como estão liberados museus e bibliotecas e atividades físicas esportivas individuais ou coletivas em espaços públicos.
Essa movimentação naturalmente aumenta o trânsito de pessoas e veículos na Cidade e, na medida em que mais flexibilizações são feitas, a tendência é que os congestionamentos voltem ainda mais.
O Diário do Nordeste procurou a Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) para saber onde têm sido os principais pontos de congestionamento na Capital desde a reabertura das atividades. Em nota, a autarquia respondeu que, apesar de não ter o ranqueamento desses trechos, o que se sabe é que o fluxo veicular pós-lockdown ainda é 8% menor que o de antes da pandemia.
Percepção nas ruas
O motorista de caminhão José Meneses da Cunha, 41, costuma fazer rotas em bairros próximos à Aldeota. Ele conta que, principalmente entre maio e junho, tem achado as ruas mais cheias, sobretudo em áreas próximas a escolas. Ainda assim, ele diz que “por mais que [o Governo] tenha liberado alguma coisa e o trânsito esteja mais intenso, antes da pandemia era bem pior do que hoje. Bem pior mesmo”.
No trânsito de antes, “normal”, o motorista lembra que sempre precisava traçar rotas alternativas para chegar aos locais de entrega de mercadoria. Hoje, por mais cheias que estejam as ruas, principalmente de motocicletas, ele garante que ainda é possível manter as rotas tradicionais.
Além disso, José ressalta que os dias mais congestionados são segunda-feira e sexta-feira, no período da manhã, entre 7h e 8h.