Apesar de o Ceará ter reduzido o número de municípios com espera de leitos de Covid-19 nas últimas semanas, 31 cidades ainda contam com filas para enfermarias e unidades de terapia intensiva (UTI), com 33 e 16 solicitações, respectivamente. Os dados são do IntegraSUS, portal de transparência da Secretaria da Saúde (Sesa), até este sábado (26).
O Estado conta, no geral, com 76,81% de ocupação em UTIs. O número é um pouco mais elevado para UTIs Adulto, com 78,59%. Já as enfermarias estão com 46,92% de lotação e 46,52% nas unidades voltadas somente para adultos.
Os municípios com os maiores índices de ocupação de leitos são Jardim (100%); Crateús (84,62%); Juazeiro do Norte (80,34%); Quixeramobim (75,21%); Barbalha (71,58%); Sobral (69,69%); Fortaleza (64,92); Tianguá (64,44%); Várzea Alegre (60%); e Itapipoca (59,09%).
Redução da demanda
De acordo com a infectologista e professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), Mônica Façanha, essa redução possivelmente ocorreu devido ao processo de vacinação e às medidas de restrições implantadas na região, como o lockdown.
As pessoas diminuíram a aglomeração, saíram menos de casa, se expuseram menos enquanto a vacinação tá acontecendo, porque só a vacinação não é suficiente para justificar essa queda, porque a gente ainda não alcançou coberturas vacinais suficientes”
No entanto, a médica ressalta que, nas populações que já tomaram as duas doses dos imunizantes, de fato, já se nota um atenuamento de casos e de internações, “mas [elas ainda] podem pegar e transmitir a doença”.
Por esse motivo é de extrema importância que as pessoas continuem seguindo as medidas de proteção contra a Covid-19, mesmo as que já estão vacinadas. "A gente ainda não deve desprezar o uso das máscaras, o distanciamento social e a higienização das mãos”, segundo a especialista.
Caso haja um relaxamento excessivo dessas medidas, Façanha relata que há o risco de o Ceará ter uma terceira onda pandêmica, “porque há uma quantidade muito grande de pessoas não vacinadas, e a nossa proporção de pessoas vacinadas é muito pequena para proteger os que não estão vacinados”.
A vacina é o que a gente vai poder fazer a longo prazo [para conter a Covid-19], porque os lockdowns, por exemplo, são bem temporários. Então, nesse momento, o que a gente precisa é realmente investir na vacina”
A professora da UFC pontua ainda que as pessoas devem tomar as duas doses dos imunizantes, disponíveis no Brasil, para atingir a eficácia proposta pelos fabricantes, exceto a vacina da Janssen, que necessita de apenas uma aplicação.
“E aí a gente vai observar se vai precisar ter um reforço ou se essas duas vão ser suficientes para deixar a gente protegido, mas, assim, a previsão [de melhora] a longo prazo é a vacina ou então ficar em lockdown, que é uma coisa muito difícil de ser mantida”, continua.
A infectologista esclarece que, além das questões econômicas, muitas pessoas não aguentam mais ficar em casa em lockdown. “As pessoas ficam cansadas de tá em casa, de não encontrar outras pessoas... então a imunização é que tem a possibilidade de nos permitir voltar a ter esse tipo de relação no futuro”.
A gente tá melhorando, mas a gente não ficou curado ainda. Precisamos insistir nessa consciência que todo mundo precisa ter, os jovens mais ainda”
COVID-19 NO CEARÁ
Até este sábado (26), são contabilizados 878.665 casos confirmados de Sars-Cov-2 e 22.240 óbitos no Ceará. Os municípios com as maiores incidências por 100 mil habitantes são Moraújo (21.779); Frecheirinha (20.793,1); Acarape (18.561,2); Itaicaba (17.989); Eusébio (17.434,4); Redenção (16.907) e Quixeré (16.826,9).
O grupo mais atingido com as infecções foi o de mulheres entre a faixa etária de 30 a 34 anos (54.737); de 35 a 39 anos (54.022); de 25 a 29 anos (50.623); e de 40 a 44 anos (47.331). Em seguida, estão os homens entre 30 a 34 anos (43.975) e 35 a 39 anos (43.169). Os dados são do IntegraSUS, portal de transparência da Sesa.
CAMPANHA DE VACINAÇÃO
O Estado conta com 3.973.256 doses de vacinas contra o coronavírus aplicadas até a última atualização da Secretaria da Saúde no dia 24. Destas, 2.899.311 foram destinadas à primeira dose e 1.073.945 à segunda. Já Fortaleza aplicou 1.367.321 doses, 1.027.257 na D1 e 340.064 na D2 até este sábado (26), conforme a Secretaria Municipal da Saúde (SMS).
FILAS DE ESPERA PARA LEITOS
Fortaleza
Solicitações de leitos: 3 enfermarias e 5 UTIs
Acaraú
Solicitações de leitos: 1 UTI
Acopiara
Solicitações de leitos: 1 enfermaria
Alto Santo
Solicitações de leitos: 1 UTI
Aquiraz
Solicitações de leitos: 1 enfermaria
Aurora
Solicitações de leitos: 1 enfermaria
Barbalha
Solicitações de leitos: 1 enfermaria e 1 UTI
Brejo Santo
Solicitações de leitos: 1 UTI
Cariré
Solicitações de leitos: 1 UTI
Chaval
Solicitações de leitos: 1 enfermaria
Crateús
Solicitações de leitos: 1 enfermaria
Crato
Solicitações de leitos: 1 UTI
Ibicuitinga
Solicitações de leitos: 1 enfermaria
Iguatu
Solicitações de leitos: 2 enfermarias
Ipueiras
Solicitações de leitos: 1 enfermaria
Itaiçaba
Solicitações de leitos: 1 enfermaria
Juazeiro do Norte
Solicitações de leitos: 6 enfermarias
Maracanaú
Solicitações de leitos: 2 UTI
Martinópole
Solicitações de leitos: 1 enfermaria
Massape
Solicitações de leitos: 1 UTI
Milagres
Solicitações de leitos: 1 enfermaria
Missão Velha
Solicitações de leitos: 2 enfermarias
Morada Nova
Solicitações de leitos: 1 enfermaria
Pentecoste
Solicitações de leitos: 2 enfermarias
Porteiras
Solicitações de leitos: 1 enfermaria
Redenção
Solicitações de leitos: 1 UTI
São Gonçalo do Amarante
Solicitações de leitos: 1 enfermaria
Sobral
Solicitações de leitos: 2 enfermarias
Tururu
Solicitações de leitos: 1 enfermaria
Ubajara
Solicitações de leitos: 1 enfermaria
Várzea Alegre
Solicitações de leitos: 1 UTI