Há mais de 10 anos em curso na Capital, o projeto Vila do Mar, que inclui ações urbanísticas e habitacionais nos bairros Pirambu, Cristo Redentor e Barra do Ceará, terá mais uma leva de obras iniciadas neste sábado (10). O prefeito Roberto Cláudio assina, às 8 horas, ordem de serviço para começar a 2ª etapa de intervenções na orla, responsável por integrar os dois trechos de infraestrutura já entregues pelo Município nos anos de 2012 e 2016. A previsão é que os serviços, considerados a última fase do projeto, sejam concluídos em até 12 meses.
A área, localizada entre a Avenida Pasteur e a Rua Santa Rosa, no Cristo Redentor, receberá obras de requalificação. Ao longo de 620 metros de extensão, serão construídos calçadão, quadra poliesportiva, praça, galeria de drenagem, muro de contenção da faixa de areia e ciclovia. Segundo a secretária de Infraestrutura de Fortaleza, Manuela Nogueira, ainda haverá intervenções de iluminação pública e saneamento básico na região.
Após a finalização dos trabalhos urbanísticos, restará apenas a construção de dois grandes equipamentos, o Mercado de Peixes e o Box da Mulher Empreendedora, ambos ainda em fase de elaboração de projeto.
A gestora destaca que a principal função da nova etapa é complementar as obras já realizadas no local. A primeira parte das intervenções de urbanização foi entregue ainda em 2012, na gestão da prefeita Luizianne Lins. Quatro anos depois, outros dois trechos foram concluídos. Ao todo, a requalificação deve abranger um trajeto de 5,5 km.
Atraso
"Todas as intervenções já feitas vão ser complementadas com essa obra. Se, hoje, existe algum problema pontual, é por causa dessa não ligação. Com esse complemento, os trechos vão ficar 100% concluídos e a funcionalidade será notada", diz Manuela.
Em junho de 2016, durante a entrega de dois trechos do projeto, a finalização da 2ª etapa do Vila do Mar foi prometida para dezembro do mesmo ano. Quase dois anos depois, a secretária afirma que o atraso nas intervenções se deve ao fim do antigo contrato para a realização dos serviços. "O contrato era da gestão passada e se extinguiu, então tivemos que refazer. Como é uma obra financiada pela Caixa Econômica, teve todos os trâmites burocráticos, de fazer um novo pedido de licitação e analisar novamente o projeto", frisa.
Desapropriações
Manuela acrescenta que as obras a serem iniciadas amanhã já possuem recursos assegurados. A requalificação completa está orçada em R$ 6,7 milhões. Outros R$ 6 milhões serão voltados para indenização de dezenas de famílias que precisarão ser retiradas da área.
De acordo com a Secretaria Municipal da Infraestrutura (Seinf), 100 casas farão parte do processo de desapropriação para que as obras tenham continuidade. Segundo a secretária, as remoções serão feitas gradativamente, à medida que a urbanização for avançando. "Isso será feito para não onerar o financeiro e ter o mínimo de impacto para as próprias pessoas que serão removidas", salienta.
Habitação
Como parte das ações de moradia, o Vila do Mar inclui a construção de conjuntos habitacionais para famílias que vivem em áreas de risco na região. O projeto prevê quatro lotes de residenciais, somando 1.700 unidades.
Os dois primeiros lotes foram inaugurados em 2011, com 264 unidades, e em 2014, com mais 84. O terceiro, Vila do Mar III, situado no bairro Floresta, teve obras retomadas em 2016 após anos de paralisação e deve ser concluído neste ano. Conforme a Seinf, 288 residenciais serão entregues no próximo mês de maio e 216 até o fim do ano.
Neste sábado (10), além da assinatura da ordem de serviço para as obras de requalificação, serão entregues 150 Papéis de Casa para regularizar imóveis de famílias que vivem na área.