Uma semana após o Casarão dos Fabricantes ter sido destruído por um incêndio de grandes proporções no Centro de Fortaleza, parte dos feirantes que tiveram suas mercadorias perdidas voltou a trabalhar neste sábado (12), no Feirão São José, nas imediações do antigo local.
Cerca de 100 permissionários decidiram retomar as atividades em dois centros comerciais, na Catedral Empreendimento e no Feirão São José. Os demais vão levar seus boxes para um empreendimento na Rua Rufino de Alencar, também no Centro. Os locais foram decididos em reuniões durante a semana.
Em entrevista ao Sistema Verdes Mares, a permissionária Sandra Matias, que tinha um box no Casarão, contou que perdeu toda a mercadoria, além de manequins e móvei, mas fala em recomeço.
"É um recomeço, né? Que a gente perdeu tudo, a gente está recomeçando devagarzinho, divulgando para os clientes, já colocamos no Instagram o novo endereço, um telefone também pra contato", conta. "Tudo que eu tinha investido lá, eu perdi tudo. De mercadoria, de manequim, de balcão, de tudo. Perdeu-se tudo", acrescenta.
A funcionária de uma loja do antigo Casarão, Andreia Freire, contou que chegou a chorar pelo medo de ficar desempregada. "Fiquei com muito medo de perder o emprego", conta. Comecei logo a chorar por que foi tudo perdido, né? Mas graças a Deus, a nossa mercadoria, a gente recuperou", disse.
O incêndio
Piso, portas, janelas e o telhado do Casarão dos Fabricantes foram consumidos pelo fogo no sábado (5), restando praticamente apenas as paredes externas do prédio histórico que abrigava o centro comecial, localizado na Avenida Alberto Nepomuceno com a Rua Rufino de Alencar, no Centro de Fortaleza
Devido à intensidade das chamas, o Corpo de Bombeiros do Ceará precisou impedir que o incêndio atingisse a Catedral de Fortaleza e o Mercado Central, prédios vizinhos ao imóvel. Manequins e mercadorias que não chegaram a ser atingidos pelas chamas foram retirados da edificação e empilhados na calçada, em frente ao Mercado Central.
De acordo com o coronel Cleiton Bezerra, comandante geral adjunto do Corpo de Bombeiros, uma parte do prédio apresentou "rachadura significante" e o piso do Casarão, que era todo de madeira, já ficou completamente destruído e com um abismo para o subsolo no interior do edifício. Por conta do risco, nenhum bombeiro pode entrar no local.