Ocupação de UTIs por Covid-19 no Ceará e em Fortaleza é a maior desde junho de 2020

Com o aumento na demanda por assistência intensiva, Governo do Estado pretende abrir mais leitos em UPAs e hospitais regionais.

As internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) por Covid-19 no Ceará atingiram, na última quinta-feira (18), o maior número desde junho de 2020, quando foi registrado o pico de ocupação nesse tipo de unidade, de acordo com dados da plataforma IntegraSUS, alimentada pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa). 

Ontem, 708 UTIs estavam ocupadas, segundo a plataforma. Hoje, de acordo com atualização do sistema às 13h, são 678. Esses são os maiores quantitativos verificados desde 2 de junho do ano passado, que teve 951 pessoas internadas no suporte avançado à vida em um único dia. O número atual já representa 71% do total daquela data.

A ocupação de leitos de UTI entrou em queda a partir de julho de 2020 e atingiu o menor número em 24 de dezembro, quando teve 163 pessoas internadas. Contudo, a demanda voltou a crescer a partir da segunda semana de janeiro de 2021, acelerando na primeira semana de fevereiro.

Cenário semelhante na Capital

Em Fortaleza, o cenário é semelhante. Na quinta-feira (18), 453 pessoas estavam internadas nesse tipo de unidade na Capital; Nesta sexta, são 446, o equivalente a 58% dos 765 leitos utilizados no pico de ocupação na cidade, em 22 de maio de 2020.

A situação está longe de estar tranquila. Na manhã desta sexta, 67 pacientes acolhidos em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do Ceará precisavam de leitos de UTI, de acordo com o secretário estadual da Saúde, Dr. Cabeto, em transmissão ao vivo nesta manhã. Ele explica que a demanda vem crescendo mesmo com a ampliação de equipamentos.

“Estamos perto de 640 leitos de UTI a mais do que tínhamos em setembro de 2020. Vamos chegar no final de março em quase 800 leitos de terapia intensiva e, no começo de abril, a quase 1.000 leitos”, projeta.

Aumento de leitos

Segundo Cabeto, devem ser abertos mais 60 leitos de UTI em UPAs de Fortaleza e mais 40 leitos em cada hospital regional, como o Hospital Regional do Sertão Central (HRSC), em Quixeramobim; o Hospital Regional Norte (HRN), em Sobral; e o Hospital Regional do Cariri (HRC), em Juazeiro do Norte.

Além disso, informou que estão sendo comprados equipamentos de proteção individual e insumos hospitalares. “Nesse momento, a pandemia expande em quase todas as regiões do Ceará. É preciso muita prudência”, destacou.

Ainda na transmissão, o secretário reforçou a necessidade do isolamento social para frear a disseminação do vírus e impedir novas mutações que possam complicar a situação dos pacientes infectados.

“Há muitas dúvidas sobre mutações, o potencial de contágio e a gravidade delas. Algumas podem sim influenciar a resposta das vacinas, por isso é preciso manter o isolamento, reduzindo a transmissibilidade viral”, observa.