Os principais destinos para quem saiu de casa nos últimos três dias, em Fortaleza, foram as praias. O resultado foram os registros de aglomerações em diversos pontos da Capital e da Região Metropolitana. Nesta segunda-feira (7), o cenário de superlotação nas faixas de areia se repetiu, com banhistas descumprindo o distanciamento e o uso de máscaras de proteção.
O uso de máscaras é obrigatório em todo o Ceará.
Na Praia do Futuro, quase nenhum frequentador utilizava máscara, no momento em que a reportagem do Sistema Verdes Mares esteve lá. O estudante Igor de Souza descreveu a superlotação como “assustadora”. “Chegamos e a praia tava lotada, nas barracas ninguém usava máscara. Vim com a minha família, mas a gente tá de máscara e com álcool em gel, buscando se prevenir, numa pandemia que já fez um estrago tão grande. O governo liberou as praias, mas é importante se cuidar. Uma segunda onda pode ser muito mais fatal”, avalia.
No principal acesso à Praia de Cumbuco, em Caucaia, o trânsito já indicava a quantidade de pessoas que seriam encontradas na região. As barracas em toda a extensão da orla estavam lotadas, entre a manhã e a tarde, com distanciamento menor do que dois metros entre as mesas – desrespeito à medida básica decretada pelas autoridades.
O segurança Diego Nascimento, 21, também aproveitou o dia de lazer no litoral de Fortaleza – e embora adote medidas sanitárias no dia a dia, abriu mão delas no feriado. “Uso sempre máscara e álcool em gel pra me proteger e proteger aos outros, mas aqui não estou usando, por ser um ambiente aberto. Estou mantendo o distanciamento”, justificou.
Em nota ao Diário do Nordeste nesse domingo (6), a Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis) informou que "atua nos espaços públicos orientando para o distanciamento social, distribuindo máscaras de tecido e disponibilizando álcool em gel 70%". Na orla, é verificado ainda "se os permissionários estão cumprindo as recomendações de não ocuparem a faixa de areia com mesas, cadeiras e guarda-sóis, e se medidas sanitárias de prevenção à Covid-19 estão sendo adotadas".
Na Praia do Futuro, flagramos motocicletas com agentes da Polícia Militar circulando nas areias, mas nenhuma abordagem foi registrada na ocasião.
Interior
Mais distante da Capital, a Vila de Jericoacoara registrou ocupação total dos cerca de 7.500 leitos da rede hoteleira. Aglomerações foram flagradas inclusive à noite, com festas particulares sendo realizadas em restaurantes e pousadas. A vila foi reaberta a turistas no dia 8 de agosto, com permissão de frequência por apenas 50% do público – limite também descumprido. A Prefeitura de Jijoca de Jericoacoara afirma que está realizando fiscalização constante, com apoio do Batalhão de Policiamento Turístico, para dispersar as lotações.
A reabertura das barracas de praia em Fortaleza com horário reduzido foi autorizada pelo Governo do Ceará desde o último dia 13 de julho. No dia 27 do mesmo mês, a flexibilização tornou-se ainda maior, quando foi permitida a extensão do horário de atendimento presencial até as 23 horas.
O Ceará registra 222.445 casos confirmados e 8.566 mortes por Covid-19, desde o início da pandemia até as 9h18 desta segunda-feira (7). Mais de 86 mil casos da doença estão sendo investigados, segundo o Integra SUS, plataforma da Secretaria da Saúde (Sesa). Em todo o estado, 197.117 pessoas já se recuperaram da Covid.
Em Fortaleza, o número de confirmações da infecção pelo novo coronavírus já atinge a marca de 47.491, dos quais 3.807 evoluíram para óbito, até esta segunda-feira. Quase 40 mil casos suspeitos são investigados na capital, enquanto 36.892 constam como recuperados da virose.