Fortaleza suspende vacinação de grávidas sem comorbidades

Decisão atende recomendação do Ministério da Saúde e vale até que Governo do Estado decida como processo deve acontecer

Fortaleza seguirá vacinando gestantes e puérperas na 3ª fase da campanha de imunização contra a Covid-19, porém apenas aquelas que possuem comorbidades. A medida tem como base orientação do próprio Ministério da Saúde.

A informação foi dada pela secretaria de saúde de Fortaleza, Ana Estela Leite, e vale até que o Centro de Operações de Emergência do Governo do Estado delibere como o processo deve acontecer. Especialistas do órgão estão reunidos nesta quarta-feira (12).

Até então, mesmo com a recomendação da  Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de suspender a vacinação para este público com o uso da AstraZeneca, Fortaleza continuou a imunização com a vacina da Pfizer, abrangendo todo o grupo.

"Em Fortaleza, nessa terceira fase, nós estávamos vacinando as gestantes e puérperas com a vacina da Pfizer. Está havendo agora pela manhã uma discussão do comitê estadual, com várias autoridades da ginecologia, obstetrícia para ver como será a posição aqui no Estado. Por enquanto, a gente mantém suspensa aqui no município, até que haja uma nova deliberação", disse a secretária. 

Recomendação do Ministério da Saúde 

Segundo o Ministério da Saúde, a aplicação no País está liberada com o uso da CoronaVac e da vacina da Pfizer, mas somente em grávidas e puérperas com comorbidades, ou seja, doenças pré-existentes, até que novos posicionamentos sejam emitidos. 

"O PNI (Programa Nacional de Imunização) e o Ministério estão agindo por cautela. E assim deve ser feito quando a gente está em estágio inicial de estudo, com uma doença nova", pontuou Raphael Câmara Medeiros, titular da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS), durante entrevista coletiva da Pasta na noite desta terça-feira (11). 

Segundo o ministério, eventos adversos de vacinas contra o coronavírus são extremamente raros. Até a terça-feira (11), das 22.295 gestantes imunizadas contra a Covid-19 no País (somadas as aplicações das vacinas da AstraZeneca, Pfizer e CoronaVac), foram registrados 408 eventos adversos - e somente 11 foram considerados graves. Oito deles já tiveram a relação com a vacina descartada.