Estabilização da curva de óbitos por Covid-19 é prevista para julho em Fortaleza, diz pesquisa

Os níveis de isolamento social são levados em conta nos cálculos. Pesquisador não descarta possibilidade de segunda onda de contágio

Dados do Sistema de Monitoramento Preditivo (SIMOP), consideram que a curva de óbitos por Covid-19 deve sofrer estabilização a partir de julho em Fortaleza. O sistema é desenvolvido pela Univeridade Federal do Ceará e leva em conta dados disponibilizados pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). Por volta do dia 15 de julho, 90% das mortes deverão ter acontecido. 

 

O SIMOP leva em conta os casos confirmados, o nível de testagem, a taxa de ocupação de leitos e UTIs e também o impacto de subnotificações e de casos assintomáticos.

A velocidade de contágio da Capital também diminuiu. Segundo o pesquisador responsável pela pesquisa, André de Almeida, professor Departamento de Engenharia de Teleinformática da UFC, as projeções consideram que a Capital atingiu o platô de casos no final de maio. Ou seja, a curva atingiu um pico contínuo e, se continuar assim, será possível registrar uma queda no número de novos casos neste mês de junho. Os dados podem variar conforme a adesão ou não ao isolamento social pela população.

"Acreditamos que a velocidade de novos casos tem apresentado uma redução, o que indica que a curva de infectados deve cair na Capital cearense neste mês", afirma. O pesquisador desenvolveu o Sistema de Monitoramento Preditivo (SIMOP), modelo matemático inovador que acompanha a evolução da COVID-19 na Capital cearense. Almeida integra um grupo de trabalho composto por docentes do Centro de Tecnologia da UFC e pelo Observatório da Indústria, da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC).

 

A quantidade de pacientes nos hospitais também pode diminuir no decorrer do mês de junho, de acordo com os cálculos do SIMOP. É previsto que a taxa de ocupação de leitos de UTI e enfermaria caia de 90% para 65% até o dia 24 de junho em Fortaleza. O pesquisador aponta que a fase de sobrecarga maior do sistema hospitalar já passou. Apesar disso, ele não descarta a possibilidade de uma nova onda de contágio que possa encher hospitais novamente.