Com funcionamento proibido desde a implementação do lockdown, em março deste ano, os parques aquáticos das barracas de praia podem voltar a funcionar a partir de segunda-feira (11), com 20% da capacidade máxima. Com a liberação, especialista aponta cuidados para prevenir a propagação da Covid-19 nestes locais.
De acordo com a pesquisadora e médica infectologista do Hospital São José (HSJ), Melissa Medeiros, nas unidades, é difícil a utilização de máscaras de proteção, “porque as pessoas vão molhar e ela perde a efetividade, então, a medida que mais vai proteger é o distanciamento”.
A gente sabe que a transmissão é através de gotículas, isto é, das gotas que saem da saliva, se alguém espirrar ou tossir próximo a nós… Então o ideal é que você encontre nichos nesses ambientes, onde você não tenha muita proximidade com pessoas, mantendo o distanciamento social de 1,5 a 2 metros”
Neste sentido, é preciso que os pais ou responsáveis estejam ainda mais atentos às crianças, visto que elas podem apresentar mais dificuldades para seguir os cuidados de prevenção necessários, buscando evitar, assim, a infecção dos pequenos.
“É importante, inclusive, que os funcionários dentro dos parques aquáticos, nas barracas de praia, continuem com uma boa higienização das mãos, principalmente após atender uma determinada mesa. Sempre higienizar bem o local e as mãos, que são o principal veículo de transmissão; bem como a utilização das máscaras sempre”, esclarece a especialista.
O ideal é que realmente a gente mantenha esses cuidados e o distanciamento social para a volta dessas atividades com cuidado”
Segundo a pesquisadora, o avanço da Campanha de Imunização na região tem sido relevante, mas por si só não é algo suficiente, pois "a gente já viu casos de pessoas que se vacinaram e se infectaram. Então, mesmo vacinados, é importante manter todas as medidas de prevenção à doença”.
“A vacinação tem funcionado muito bem na diminuição dos casos graves, de internação e de óbito, mas ela não tem tido essa efetividade de 100% na prevenção da infecção, porque essas pessoas, mesmo vacinadas, podem se infectar e transmitir pra outras”, prossegue.
Medeiros diz ainda que a pandemia não está controlada, no entanto a redução dos casos tem permitido a reabertura e ampliação de alguns serviços. “Nós temos uma diminuição significativa do número de casos, que a gente percebe tanto nos hospitais públicos quanto nos privados, mas é preciso ter cuidado [para que não se tenha uma terceira onda]”.
Então, de forma nenhuma é hora de relaxar, pelo contrário, agora mais do que nunca a gente tem que incentivar a vacinação, estimular as pessoas [a se imunizar]… tá na hora da gente não só esperar que as pessoas venham buscar vacinação, mas tá na hora do governo realmente avançar [na Campanha] de casa em casa, ver quem tá faltando pra gente reduzir essa transmissibilidade”.
“Está na hora da gente buscar essas pessoas e não esperar que elas nos busquem, além de manter as medidas de proteção que a gente já conhece. Isso vai fazer com que a gente consiga controlar essa pandemia nesse momento”, continua a infectologista.
Covid-19 no Ceará
Até este domingo (11), o Ceará soma 901.794 casos confirmados de Covid-19 e 23.034 óbitos. Os municípios com maiores incidências por 100 mil habitantes são Moraújo (21.996,8); Frecheirinha (20.963,6); Itaicaba (18.678,9); Acarape (18.661,7); Eusébio (17.865,3); Quixeré (17.359,7); Redenção (17.268,4) e Iracema (16.926,6).