Considerada uma das vacinas contra a Covid-19 mais promissoras do mundo, a da Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca é produzida, no Brasil, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e distribuída pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O Ceará já recebeu 72,5 mil doses dessa vacina e aguarda a chegada de mais. A produção do imunizante, contudo, não depende apenas da Fiocruz.
Pelo acordo com a AstraZeneca, a Fundação tem que, primeiro, receber o ingrediente farmacêutico ativo (IFA), que é a matéria-prima da vacina, para, depois, começar a produzir. Na noite do último sábado (6), de acordo com a Agência Brasil, chegaram à Fiocruz, no Rio de Janeiro, 90 litros do IFA, quantidade suficiente do insumo para produzir 2,8 milhões de doses de imunizantes. Até o fim do mês, devem chegar mais dois lotes.
Esse processo de dependência da AstraZeneca deve permanecer pelo menos até julho, para dar conta das primeiras 100,4 milhões de doses previstas para distribuição no primeiro semestre de 2021, conforme o Plano Nacional de Imunizações (PNI).
Depois disso, no segundo semestre deste ano, o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), responsável por produzir a vacina, vai poder desenvolver os próprios IFAs e, assim, fazer com que a vacina que circula no Brasil seja 100% nacional — até o fim do ano, o equipamento pretende entregar ao País o total de 210,4 milhões de doses.
Etapas de produção
Após a importação dos IFAs pela AstraZeneca, a Fiocruz produz o imunizante em quatro etapas: formulação; envase e recravação; inspeção e rotulagem e embalagem.
Na primeira etapa, segundo a Fiocruz, são adicionados aos IFAs componentes para estabilizar a vacina e diminuir a concentração do vírus — o que está lá é um vetor viral não replicante, chamado de adenovírus, oriundo de chimpanzés.
Depois disso, a vacina é transferida de tanques de aço inox para pequenos frascos de vidro, que são fechados com rolha de borracha e, depois, recebem lacres de alumínio.
Na última etapa, os frascos são identificados com rótulos contendo número de lote, data de fabricação e validade do imunizante, e são guardados em pequenas embalagens. Antes de enviar para os Estados e Municípios, porém, as vacinas passam por testes de potência, estabilidade e esterilidade, para garantir segurança e eficácia. Os laudos são passados para o PNI, que faz, então, a distribuição para o País.
“É com controle de qualidade que a gente assegura que a vacina foi produzida dentro dos mais rígidos padrões de produção e boas práticas de fabricação”, afirma Maurício Zuma, diretor do Bio-Manguinhos, em vídeo institucional que explica a atuação da Fiocruz no processo de produção da vacina contra a Covid-19 no Brasil.