O início da aplicação da dose de reforço da vacina contra a Covid na população que já está imunizada no Ceará pode começar a ocorrer nos 184 municípios a partir de sexta-feira (24) , conforme orienta a nota técnica da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) divulgada nesta quinta-feira (23).
No Estado, Fortaleza já começou, no dia 8 de setembro, a imunizar os idosos institucionalizados que tinham recebido as duas doses há mais de seis meses e, no próximo sábado (25) deve aplicar a dose de reforço em mais de 27 mil idosos acima de 70 anos.
De acordo com a nota da Sesa, “as doses destinadas para tal finalidade foram enviadas pelo Ministério da Saúde a partir do dia 20 de setembro”. Conforme consta no vacinômetro estadual, para esta finalidade, a Sesa já separou 32.643 doses da vacina da Pfizer que chegaram no último dia 19 e devem ser repassadas aos municípios.
Quem deve tomar?
A orientação do Ministério da Saúde, é que pessoas com mais de 70 anos e os imunossuprimidos recebam a dose extra. No primeiro caso a nova aplicação deve ocorrer seis meses após a dose única da Janssen ou a segunda dose de Coronavac, AstraZeneca e Pfizer. No segundo caso, a dose adicional é aplicada 28 dias após o recebimento da dose única ou da D2 de qualquer uma das vacinas.
"Observa-se que a população idosa, em especial acima de 70 anos de idade, mostra-se como parcela da população com maiores taxas de incidência e letalidade (da Covid), ressaltando a elevada vulnerabilidade dessa população, mesmo após a completude do esquema primário de imunização, em decorrência da imunocenescência que acompanha os ciclos de vida".
O documento diz também que no grupo das pessoas com alto grau de imunocomprometimento, "dados de imunogenicidade de indivíduos vacinados têm demonstrado menores taxas de soroconversão e titulação de anticorpos neutralizantes contra a Covid-19".
Por que é preciso a dose adicional?
Como esses indivíduos, conforme as evidências científicas registradas até o momento, têm maiores riscos de complicações e óbitos pela Covid-19 e apresentaram menor proteção com o esquema padrão de vacinação, ambos os grupos devem ser contemplados com a dose adicional, segundo a nota da Sesa.
Além disso, o reforço é recomendado, sobretudo, diante do cenário de surgimento de novas variantes do coronavírus.
Quem são os imunossuprimidos contemplados com a dose adicional?
- Pessoas com imunodeficiência primária grave.
- Quimioterapia para câncer.
- Transplantados de órgão sólido ou de células tronco hematopoiéticas (TCTH) uso de drogas imunossupressoras.
- Pessoas vivendo com HIV/AIDS.
- Uso de corticóides em doses ≥20 mg/dia de prednisona, ou equivalente, por ≥14 dias.
- Uso de drogas modificadoras da resposta imune (vide tabela 1).
- Auto inflamatórias, doenças intestinais inflamatórias.
- Pacientes em hemodiálise. IX - Pacientes com doenças imunomediadas inflamatórias crônicas.
Outros grupos irão receber a dose de reforço?
A nota da Sesa também indica com o avanço da vacinação nas demais faixas etárias, a depender da evolução da epidemia no país e do surgimento de novas evidências científicas, a administração de doses adicionais pode ser também considerada para outros grupos.
Idosos institucionalizados
No Ceará, a vacinação dos idosos institucionalizados com a aplicação da primeira dose teve início em janeiro. Em agosto, quando o Ministério anunciou a orientação para a dose de reforço, as gestões municipais passaram a aguardar o envio de doses específicas para esta finalidade, para que então, esta nova etapa da campanha pudesse começar.
Contudo, algumas cidades - como Fortaleza - optaram por acelerar o processo utilizando doses do estoque. Na Capital, até o momento, conforme balanço divulgado, na quarta-feira (22), pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), 679 idosos que vivem em Instituições de Longa Permanência (ILPis) já receberam a dose extra. Isso porque, conforme o requisito, eles tomaram a segunda dose há mais de 6 meses.
Veja a lista de agendados em Fortaleza
Para este sábado, a SMS agendou 27 mil idosos. Estes precisam consultar as listas de vacinação antes de ir aos pontos em busca do imunizante.
A titular da SMS, Ana Estela Leite explicou na manhã desta quinta-feira (23) que "caso o idoso agendado esteja restrito ao leito, a família precisa levar a informação para o posto de saúde da área onde o idoso reside, para que possamos providenciar outra forma de acesso à vacina".
Já no caso dos imunosuprimidos, segundo ela, SMS e Sesa ainda estão alinhando como será essa vacinação, pois tanto ainda aguardam doses enviadas pelo Ministério da Saúde e como é necessário definir os critérios de comprovação. "Nem todos os imunosuprimidos vacinados se enquadram nesses critérios (os de aplicação da dose adicional), pois são critérios bem mais restritivos".