No Município do Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), 17 adolescentes acolhidos pelo Lar Davis Brasil foram vacinados nesta sexta-feira (23) contra a Covid-19, chegando a 200 o número de imunizados nessa faixa etária na cidade. A informação foi passada ao Diário do Nordeste pelo secretário da saúde Josete Tavares, que detalhou que a aplicação foi com doses da Pfizer — única vacina liberada até então pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso entre 12 e 17 anos.
Além dos jovens, também foram imunizados nesta sexta-feira sete profissionais que trabalham na instituição e que ainda não haviam sido vacinados em primeira dose.
A estratégia de vacinação dos adolescentes do Lar Davis Brasil faz parte de uma ação mais ampla. De acordo com Tavares, a Prefeitura adotou um modelo decrescente de vacinação de Pessoas Com Deficiência (PCDs) e de pessoas com comorbidades, começando pela população de 59 anos de idade até a de 18 anos.
Contudo, a chegada da vacinação ao último grupo, disse o gestor, coincidiu com o momento em que a Anvisa autorizou o uso da Pfizer em adolescentes. E foi quando a secretaria começou a ser demandada por entidades e movimentos sociais para vacinar jovens entre 12 e 17 anos com comorbidades ou deficiências.
“Isso foi construído aos poucos, sendo informado à Promotoria de Justiça, à CIB-CE [Comissão Intergestores Bipartite do Ceará], à Sesa [Secretaria Estadual da Saúde] e ao Conselho Municipal de Saúde do Eusébio”, assegurou Tavares.
A Sesa nega que a estratégia do Eusébio tenha sido pactuada com a CIB-CE. E, em nota enviada pela assessoria, afirmou que “o público de 12 a 17 anos ainda não foi incluído no Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde”.
No entanto, no Eusébio, segundo o secretário, já foram imunizados em torno de 200 adolescentes institucionalizados nessas condições.
Temos portadores de Síndrome de Down, com tetraplegia, com deficiência cognitiva. Fomos mapeando e identificando os que tinham vínculo institucionalizado na Apae [Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais] ou no Namme [Núcleo de Apoio aos Munícipes com Necessidades Especiais] e que tinham comprovação médica de deficiência ou comorbidade. Pegamos também a autorização de pais ou responsáveis, claro”.
Lar Davis Brasil
A vacinação dos jovens institucionalizados, segundo o secretário do Eusébio, começou há pouco mais de um mês. Porém, devido a um surto de casos de Covid-19 registrado no Lar Davis Brasil em junho, só foi possível executar a imunização dos acolhidos lá nesta sexta-feira (23). “Agora me sinto bem mais seguro”, relatou um dos adolescentes vacinados ao Diário do Nordeste.
Coordenador operacional do Lar Davis Brasil, Márcio Gomes celebrou a vacinação dos adolescentes e disse que a relação com a Prefeitura tem sido de cooperação. “A gente sinalizou que tinha interesse em vacinar nossos acolhidos e o assunto foi trabalhado”, contou.
Quando houve o surto de Covid-19 na instituição, foi feito testagem em massa e detectado sete casos confirmados. Segundo o secretário da saúde, nenhum deles evoluiu para quadros graves da doença.
Tavares ressalta ainda que a vacinação dos jovens institucionalizado não caracteriza abertura da vacinação para todo esse grupo do Município, até por falta de doses suficientes. “Não temos uma abertura de vacinação massiva de jovens. Estamos priorizando esse grupo mais vulnerável”, afirmou o secretário.