Apesar de estar em lockdown, a cidade de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), registrou, na manhã desta sexta-feira (12), intensa movimentação de pessoas nas ruas. A medida, contra o avanço da Covid-19, foi anunciada pelo prefeito Vitor Valim (Pros) em transmissão ao vivo nas redes sociais e publicada no Diário Oficial do município nessa quinta-feira (11).
O texto, que considera a prorrogação do estado de calamidade pública no Ceará e a necessidade de contenção do novo coronavírus, estabeleceu que o município seguisse, "no que couber", as medidas de isolamento social mais rígido determinadas em decreto do governador Camilo Santana (PT), no dia 4 de março.
Mesmo com o decreto tendo entrado em vigor já nesta sexta, o Diário do Nordeste registrou intensa movimentação de pessoas e veículos nas vias públicas da cidade, o que contraria o postulado pelo documento.
Alguns estabelecimentos foram flagrados funcionando à meia-porta, em descumprimento ao decreto. Durante o lockdown, podem funcionar apenas serviços essenciais, e desde que sigam os protocolos sanitários para funcionamento.
Nas imagens, é possível ver grupos de pessoas aglomeradas, sem distanciamento social, em vários pontos. Também é possível notar vendedores ambulantes com carrinhos e materiais dispostos em calçadas.
Embora Valim não tenha estipulado um prazo de término para a medida, o governado do Estado anunciou, na noite dessa quinta, lockdown em todo o território cearense do sábado (13) até o dia 21 de março.
Covid-19 em Caucaia
Caucaia tem 12.826 casos confirmados de Covid-19, dos quais 480 foram a óbito, segundo dados obtidos pela plataforma IntegraSUS, atualizada pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) às 8h47 desta sexta. As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) do município estão 100% ocupadas; as enfermarias, por sua vez, estão 82,14% preenchidas.
O prefeito Vitor Valim, ao anunciar o isolamento social rígido na cidade, afirmou que tentou “conciliar de todas as formas Economia e Ciência”, mas teve de endurecer as regras para controlar os altos índices. “Se faz necessário para preservar as vidas, evitar aglomeração e diminuir a propagação dessa doença”, destacou.
Outro motivo para a tomada de ações foi a recomendação do Ministério Público do Ceará (MPCE) para que o Estado e Caucaia ampliassem as restrições em razão da escalada de casos, mortes e internações.