Hamilton responde Piquet após ato racista e recebe apoio na Fórmula 1: 'mentalidades arcaicas'

O piloto inglês Lewis Hamilton se manifestou sobre a fala racista do ex-pilolto Nelson Piquet, quando foi chamado de "neguinho" durante uma prova da Fórmula 1 em novembro de 2021. Em publicação nas redes sociais, nesta terça-feira (28), o heptacampeão mundial ressaltou que esse discurso faz parte de "mentalidades arcaicas" no esporte.

"É mais do que linguagem. Essas mentalidades arcaicas precisam mudar e não têm lugar no nosso esporte. Fui cercado por essas atitudes e alvo de minha vida toda. Houve muito tempo para aprender. Chegou a hora da ação", escreveu.

Diversas entidades como Mercedes, Fórmula 1 e a Federação Internacional do Automóvel (FIA) manifestaram apoio ao britânio, que defende a Mercedes. O caso ganhou repercussão nos últimos dias, quando a fala de Piquet, tricampeão da F-1, foi divulgada nas redes sociais. O brasileiro comentava sobre um acidente no GP de Silverstone, na Inglaterra.

"O neguinho meteu o carro e não deixou (Verstappen desviar). O neguinho deixou o carro porque não tinha como passar dois carros naquela curva. Fez de sacanagem. A sorte dele foi que só o outro se f*deu. Fez uma p*ta sacanagem", disse Piquet em entrevista ao jornalista Ricardo Oliveira na época.

Vale ressaltar que a filha do ex-piloto, Kelly Piquet, é namorada de Max Verstappen. O holandês visitou o tricampeão em Brasília antes do GP de São Paulo, em 2021.

Repúdio Mundial

Mercedes, Fórmula 1 e Federação Internacional do Automóvel (FIA) emitiram comunicados condenando o brasileiro tricampeão do mundo e enaltecendo o posicionamento constante do piloto britânico na luta pela diversidade.

"Linguagem discriminatória ou racista é inaceitável de qualquer forma e não deve fazer parte da sociedade. Lewis é um embaixador incrível do nosso esporte e merece respeito", disse a nota da F-1. "Os esforços incansáveis para aumentar a diversidade e a inclusão são uma lição para muitos e algo com o que estamos comprometidos na F-1", acrescentou.

A FIA também se posicionou de maneira forte sobre o episódio. "A FIA condena veementemente qualquer linguagem e comportamento racista ou discriminatório, que não tem lugar no esporte ou na sociedade em geral. Expressamos nossa solidariedade a Lewis Hamilton e apoiamos totalmente seu compromisso com a igualdade, diversidade", apontou.

A Mercedes, atual equipe do sete vezes campeão de F-1, também saiu em defesa do piloto. "Condenamos nos termos mais fortes qualquer uso de linguagem racista ou discriminatória de qualquer tipo. Lewis liderou os esforços do nosso esporte para combater o racismo e é um verdadeiro campeão da diversidade dentro e fora das pistas", destacou.