O patamar instaurado é fruto da somatória de ativos conquistados nos últimos anos. O Vovô arrecadou caixa, se equilibrou financeiramente e iniciou um novo estágio institucional a partir de participação no mercado com compra de ativos, ou seja, firma contrato com percentual dos direitos econômicos, multa rescisória e não tem pressa na negociação.
No contexto atual, um acordo para saída de qualquer atleta envolve lucro imediato aos cofres alvinegros. E a diretoria busca a valorização das peças do elenco: no último balanço financeiro apresentado, com referência de 2019, a venda se tornou a segunda maior receita: R$ 14.711.623,02.
Do total faturado - com inclusão de fontes como a bilheteria - significou 15%. E foi oriundo de transferências, a exemplo do goleiro Everson e do lateral esquerdo Felipe Jonatan, ambos para o Santos. Apenas com a dupla, o ganho foi de R$ 10 milhões. Desta forma, o Ceará estabelece um novo requisito de negócio ao trabalhar no ganho técnico.
Elenco cobiçado
No processo de montagem do elenco de 2020, o departamento de futebol apostou em três critérios. As nuances envolveram:
Retorno técnico: como Fernando Prass, que não devem ser vendido, mas agregou experiência.
Técnico e financeiro: a exemplo de Charles, com qualidade e valor de mercado, mas alto investimento.
Maior projeção econômica: caso de Cléber, de baixo custo e com potencial de valorização.
A partir dos resultados em campo, como o título invicto da Copa do Nordeste, as quartas da Copa do Brasil e a possível classificação para a Libertadores na Série A, o clube inicia momento de proteção aos principais nomes e negociação de jogadores com menor espaço.
A aposta orçamentária é de procura pelos destaques do técnico Guto Ferreira. O zagueiro Tiago Pagnussat, por exemplo, teve reunião com representantes do Cerezo Osaka, do Japão, para selar a venda ao exterior - o time tem 40% dos direitos econômicos.
O centroavante Cléber recebeu oferta de R$ 13 milhões do Grêmio durante o Brasileirão e despertou interesse de outras equipes do mercado nacional e internacional. Contexto similar ao do meia Vina, que é especulado em times da 1ª divisão, apesar de multa rescisória milionária.
O Ceará o negociou com o Palmeiras por R$ 3,5 milhões e 50% dos direitos econômicos em 2018. Dois anos depois, o centroavante foi negociado com o Basel, da Suíça, e o Vovô recebeu R$ 9,5 mi. Hoje, caso seja vendido no exterior, o time alvinegro espera receber 15% de mais valia - em formato de negociação que ainda diverge da compreensão da diretoria paulista.