O técnico Tiago Nunes participou com exclusividade da A Grande Jogada desta quinta-feira (10), na TV Diário. Em conversa, o comandante do Ceará destacou os pontos fortes da equipe e negou a suposta "alfinetada" ao Fortaleza, depois do Clássico-Rei, em que mencionou o termo "time da moda" em entrevista coletiva. Confira:
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Eu estou há mais de cinco meses aqui. Eu não preciso fazer média com ninguém. Eu tenho que estar engajado com o meu torcedor entendendo como funciona o dia a dia da cidade, da capital do Ceará. Entendendo como funciona aqui a rivalidade, sem dúvida alguma. Há de ter muito respeito com o nosso rival. Até porque essa rivalidade é histórica, transcende qualquer treinador que passe por aqui. O respeito está sempre presente, agora eu sou o Ceará até a morte. Nesse momento é o clube que sustenta a minha família, é o clube com o qual eu estou envolvido e trabalhando. Meu grupo de jogadores é um grupo capaz, capacitado pra competir de igual pra igual com qualquer equipe.
No comando da equipe desde agosto do ano passado, Tiago teve a chance de iniciar a pré-temporada em com o time alvinegro em 2022. Ele ressalata que as mudanças no perfil da equipe estão ocorrendo de forma gradativa, já que ele assumiu no lugar de Guto Ferreira.
"A equipe não é de agora, né? O perfil de equipe já existe desde antes da chegada do Guto, com jogadores competitivos, jogadores rápidos, jogadores potentes, jogadores com capacidade de velocidade. Falando dos aspectos físicos, a equipe é muito rápida em termos de transição. Eu acredito muito no que foi feito no Ceará nos últimos anos, a continuidade desse processo e a implementação de algumas ideias. Pela mudança de característica de alguns jogadores, pela mudança de perfil técnico de alguns jogadores, pela contratação de outros, mas sem perder a essência. A nossa essência é ser uma equipe veloz, essa equipe competitiva e que sofre poucos gols. Vamos tentar dar continuidade a isso e implementar um pouco mais de aspectos ofensivos, deixar essa equipe, principalmente quando joga dentro de casa, cada vez mais forte, mais vencedora, né. Principalmente quando a gente encontra equipes que marcam muito atrás, como foi o caso do Globo ontem, pela Copa do Nordeste."
Questionado sobre a proposta feita pelo Ceará ao atacante Elkeson, o técnico disse que é um nome interessante no mercado, mas que desconhece a procura do clube pelo atleta.
"Esse nome não chegou até a mim. Se está sendo avaliado, é por outro departamento. É um nome interessante, um jogador conhecido, de bons números. Agora, não posso me comprometer com isso, até porque não tenho essa essa informação pra poder passar o nosso torcedor." - e complementou sobre a busca por reforços - "Eu como treinador vou repetir o que disse mil vezes, eu gostaria de muitos jogadores. Principalmente pra que a gente possa aumentar o leque de opções, mas principalmente para aumentar o grau de competitividade interna pra jogar. Pensando numa temporada tão tão longa, ter jogadores que possam dar sustentação pro equilíbrio da equipe. Agora, tem que ter responsabilidade com isso, porque eu faço parte de um processo, de um clube que tem limitações financeiras, limitações com seus funcionários, ou seja, tem que honrar os seus compromissos, né? E a gente não pode entrar nessa onda, nesse oba oba, de que temos que contratar de qualquer jeito, o time tem o maior investimento da história, a gente tem que ter os pés no chão. O Ceará é um clube muito, muito melhor do que era há cinco anos e será muito melhor daqui há 10 anos."
Buscando uma identidade para a equipe, Tiago Nunes disse que vem estudando as características do time e que o primeiro objetivo será sempre vencer.
"A identidade que a gente busca pro Ceará é uma identidade histórica, né? Desde que cheguei aqui nesses cinco meses que venho estudando as bases do Ceará, estudando as características do clube como um todo, como foi construído, uma equipe de luta, de muita determinação. Sem que a gente perca de vista o equilíbrio ofensivo, uma equipe que tenta vencer sempre os adversários. Eu tenho repetido constantemente que o foco de vencer é a primeira meta, ou seja, tentar fazer gol nos adversários como aconteceu ontem, muitas vezes vamos ser superados por questões óbvias que fazem parte do futebol, mas a determinação, a luta, o espírito, né? E o coração dele tem fé, justamente para contaminar o nosso torcedor, para que a gente possa criar uma identidade que e uma retribuição que vem das arquibancadas. Eu acredito muito nisso. Quando a equipe passa por merecer dentro do campo, o torcedor retribui, ele vê uma equipe engajada, lutando, fisicamente se doando pro jogo. Ele vem junto, ela acaba apoiando." finalizou.