Marcelinho Carioca conta que sequestradores 'brincavam de roleta-russa' durante extorsão

Ex-jogador e uma amiga foram sequestrados no último dia 16, na volta de um show do Thiaguinho

Em entrevista ao Fantástico, que foi ao ar nesse domingo (24) na TV Globo, o ex-jogador Marcelinho Carioca deu detalhes sobre o sequestro do qual foi vítima na última semana. Ele reforçou que os criminosos pediram dinheiro mediante ameaça e que "brincavam" com a vida dele e a da colega Taís.

"Me deram uma coronhada. [...] A todo momento aquele apavoro", relatou Marcelinho, que relembrou ter sofrido intimidações: "[Perguntavam:] 'Já brincou de roleta-russa?' E girava. Você ouvia girando... Não via nada".

No último dia 16, Marcelinho foi ao show do cantor Thiaguinho no estádio do Corinthians, em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo. Ao voltar para casa, passou por Itaquaquecetuba a fim de entregar ingressos para a amiga Taís Alcântara ir ao mesmo show, no domingo. Mas o carro importado chamou a atenção naquela madrugada.

"Passaram quatro pessoas, cinco pessoas. Quando voltei para ver, fui encapuzado, e o cara já veio apontando [a arma]. E eu, desesperado. Eu disse: 'Não, por favor, eu sou o Marcelinho Carioca'", detalha.

O grupo criminoso pediu cartões e senhas, além do desbloqueio do telefone e do acesso ao Pix. Essas informações não foram suficientes para os assaltantes, que resolveram sequestrar o ex-atleta e a amiga dele, que estava no banco de trás.

Resgate

Uma ligação anônima ajudou a Polícia a desvendar o paradeiro da Marcelinho, resgatado dois dias depois do sequestro.

"A gente começou a escutar o helicóptero [da polícia]. Aí alguém já chegou e falou: 'A casa caiu'. Veio um policial sozinho. Ele chegou no portão e falou: 'Eu vou entrar. Abre'. Eu não sabia o que estava vindo. O que ia vir. Eu falei: 'vão atirar na gente, vão matar a gente'. Eu abaixei a cabeça: 'Senhor, não deixa, não deixa'", lembrou, emocionado.

Quatro pessoas foram presas: Thauanatta dos Santos, Eliane de Amorim, Wadson Fernandes Santos e Jones Ferreira, que se dividiam entre vigiar as vítimas no cativeiro e gerenciar as contas bancárias com o dinheiro da extorsão. 

Versão anterior

Em entrevistas anteriores, o ex-jogador contou que foi obrigado a gravar um vídeo no cativeiro e dizer que aquilo acontecia devido ao seu envolvimento com uma mulher casada, já que estava sendo ameaçado com uma arma.

"Se você tem uma arma apontada para a sua cabeça e a pessoa te obriga a falar, o que você faz? Exatamente o que eu fui obrigado a falar. [...] Pediram a senha do telefone, automaticamente você dá, e falaram: ‘que revólver é esse’? E começou a girar... E aí você pensa nos seus filhos, na sua família, porque a vida não é grana, a vida é relacionamento, e eu quero estar perto dos meus filhos”, disse ao programa.