O triunfo por 2 a 0 do Ceará diante do Bahia neste sábado (5) demonstrou força coletiva da equipe comandada por Guto Ferreira, 9ª colocada na tabela da Série A do Brasileirão. Durante a coletiva, o técnico alfinetou os adversários, pelo quais foi treinador em duas oportunidades entre 2016 e 2018.
"Não acredito em resultado que não tenha um investimento: o trabalho. Se você só distribuir as camisas, como em meu trabalho aqui em Salvador, em algum momento, alguns me tachavam de simples distribuidor de camisas, acho que esse distribuidor tem realizado no Ceará um trabalho em crescimento e contra os baianos, nesse ano, tivemos um aproveitamento bastante importante", disse Guto na entrevista pós-jogo.
O Vovô venceu o 3º jogo contra o Bahia nesta temporada e não perdeu nenhum dos quatro. Contra equipes baianas, o retrospecto é ainda melhor: sete triunfos em oito duelos.
O resultado positivo refletiu um time alvinegro consistente na Arena Fonte Nova e que segura uma sequência de três jogos invicto. Nesta semana, o grupo cearense terá a 2ª semana cheia (sem partidas no meio da semana) após a retomada do futebol, fator importante para o treinador, que já vinha destacando o peso de um tempo para descanso.
"Com a experiência e os estudos a respeito de treinamento esportivo, sabíamos que, fatalmente, teríamos um crescimento a partir da hora que passássemos a ter tempo de descanso. A equipe cresceria em organização, em intensidade e em volume de jogo e que isso poderia nos ajudar a ter os resultados. É gostoso você ter falado antes e ter acontecido. Mostra que estava no caminho certo, que sabia o que estava fazendo. Isso passa credibilidade não só pro torcedor, mas, principalmente, pro jogador", afirmou Guto Ferreira.
O próximo compromisso do Ceará é diante do Atlético/GO (14º colocado com 28 pontos), na Arena Castelão, no sábado (12), a partir das 19h.
Confira outros pontos da coletiva
Sistema de jogo
"Todo mundo acha que jogamos num 4-2-3-1 e nós jogamos no 4-4-2. O meia principal não é o Vina, é o Lima. Ele é o construtor junto com os volantes e os laterais. O Vina fica solto como um segundo atacante, não de velocidade, mas que tem facilidade da construção. Ele gosta de pisar na área e pedimos para ele pedir mesmo. Essa mobilidade pode dar uma impressão de jogar como um 9. Ora ele baixa e cria, ora se enfia nos espaços que ele percebe para receber e fazer as jogadas mais diretas lá dentro"
Alterações
"Você tem que montar estratégias. Quando tinha três substituições e não cinco, você traçava situações de usar jogadores em determinados momentos para mudar o perfil do jogo. Porque se ele entrasse em outro momento poderia não ter o mesmo rendimento. No 1º tempo a gente não podia, em hipótese alguma, levar o gol. No segundo tempo fizemos as variações de jogadores que entraram descansados, com bom desempenho. O Bahia não foi tão feliz nas trocas quanto nós fomos"
Defesa segura
"A gente fica feliz de ter desafiado o grupo a não levar gols. E quando nós conseguimos fazer o que pensamos ficamos muito felizes. Quando você consegue sair com o sistema defensivo intacto, com certeza você ganha confiança e faz com que o grupo vá ganhando casca, vá ganhando corpo e vá se moralizando para o restante da competição. Uma vitória que moraliza, sim"