O Fortaleza realizou uma ação contra o racismo no empate com o Corinthians por 0 a 0, nesta quarta (2), na Arena Castelão, pela Série A do Brasileiro. Os jogadores negros do time, como Bergson e David, entraram em campo com alvo no lugar das tradicionais listras tricolores. O movimento foi intitulado "Alvos do Racismo".
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"Clube de futebol tem uma função social importante porque tem um poder enorme de comunicação, de fazer a mensagem chegar no grande público, que tem a atenção em como o clube fala e se posiciona. A temática do racismo é algo que sempre teve relevância, mas, de forma mais recente, tem tomado proporção muito grande e é necessário que a gente se posicione. Não basta não ser racista, tem que ser antirracista, tem que combater qualquer tipo de discriminação de cor", declarou Marcelo Paz, presidente do clube.
A luta é contra a discriminação dentro e fora dos campos. Pela lei do esporte, a injúria racial, quando praticada pelos torcedores, não é enquadrada como crime de racismo. A campanha, além de estimular as discussões e combate à violência racial, busca reivindicar que essas situações sejam enquadradas nas leis.
Racismo no futebol
A ação foi criada e desenvolvida pela HavasPlus. De acordo com o último relatório do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, as ocorrências de injúria racial dentro do universo do futebol em 2019 cresceram 27,2%, se comparadas com 2018.
Ainda no passado, em levantamento do ge, quase 50% dos técnicos e atletas negros das Séries A, B e C do Brasileirão já declararam terem sido vítimas de racismo na carreira.