O Fortaleza divulgou na tarde desta sexta-feira (23), um Boletim Médico para informar como está a situação dos atletas que sofreram traumas em decorrência do atentado sofrido contra o ônibus que voltava da partida contra o Sport, onde torcedores da equipe pernambucana atiraram pedras e bombas contra o veículo que levava os jogadores da equipe cearense.
De acordo com Cláudio Maurício, Diretor de Saúde e Performance do clube, ‘todos os atletas, comissão técnica e diretoria que presenciaram o atentado podem trazer algumas sequelas psicológicas por um longo prazo’.
“Primeiro é importante que a gente entenda que não são só os seis atletas que estão mais machucados, que tem sequelas do que ocorreu. Na verdade, todos os atletas, comissão técnica e diretoria que presenciaram aquilo podem trazer algumas sequelas psicológicas por um longo prazo, o que a gente chama de transtorno de estresse pós traumático. É difícil você mensurar como cada uma vai responder”
Segundo Cláudio, o lateral Gonzalo Escobar é o jogador que está mais debilitado fisicamente e até mesmo emocionalmente, contendo cortes na face, boca e um trauma cranioencefálico. A recuperação do atleta deve ser a mais demorada dentre os machucados, levando ‘pelo menos uma semana de recuperação’.
“Gonzalo Escobar foi o mais machucado fisicamente. Além dos cortes na face e boca, ele também teve o trauma cranioencefálico (não sabe dizer se foi dos fragmentos da bomba ou a pedra), mas teve o trauma cranioencefálico e perda transitória de consciência, dando entrada no hospital mais próximo. Fizemos uma visita ontem ao Escobar e conversamos com ele hoje. Ele ainda está com dor nas regiões machucadas, muito inchado ainda e bem abatido. É um atleta que por ter tido um trauma cranioencefálico vai ter que seguir um protocolo de pelo menos uma semana de recuperação. Passo a passo a gente vai evoluindo e vendo como ele responde. Nesse caso é um politrauma, ele tem o trauma cranioencefálico e os traumas locais então temos que avaliar no dia a dia o que ele pode evoluir. Vamos tentar dar o máximo de suporte para ele no ponto de vista psicológico e psiquiátrico, ele ta bem abalado” disse.
Veja o que o Diretor de Saúde e Performance do clube falou sobre a situação dos demais atletas:
Titi: “O Titi está ainda com um pequeno fragmento, que a gente ainda não sabe dizer se foi de vidro ou da bomba, que está alojado na panturrilha. Ele vai ser avaliado por um radiologista para ver se a gente localiza esse fragmento e fazer a ressecção, mas aparentemente está bem, conseguindo caminhar, mas ainda com desconforto e edema na região”.
Brítez: “Britez teve lesões maiores nos dois tornozelos. Um deles está bem inflamado com acometimento próximo ao Tendão de Aquiles de um dos tornozelos e um pouco de desconforto.Vamos tentar ao longo da semana evoluir ele, que vai fazer uma avaliação com especialista hoje.”
Dudu: "Dudu está com pequenas lesões de fragmentos no braço, na perna e cabeça. Esses fragmentos foram retirados e explorados ainda lá em Recife , mas ainda tem a sequela dos ferimentos e estamos acompanhando para ver a evolução dele".
Lucas Sasha: "Sasha tem várias lesões por fragmentos na perna e braço, mas está com uma evolução positiva e vamos ver se já começa os treinos mais precocemente".
João Ricardo: "João Ricardo sofreu um leve trauma na cabeça, além do corte que foi suturado ainda em Recife. Ontem ele estava um pouco melhor, mas com um pouco de dor. A ideia é de que a gente respeite alguns dias, pelo menos até a primeira fase da cicatrização evoluir. Se ele estiver confortável, vamos evoluir aos poucos na semana também".
O médico ainda ressaltou que todos os atletas vão precisar de cuidados especiais para ‘saber em que condições vão voltar emocionalmente’.