A campanha de acesso do Ceará na Série B de 2024, que recolocou o Vovô na Série A do Brasileiro, foi marcada pela força dentro de casa, um ataque forte e uma troca de comando técnico no momento certo, que fez a equipe alavancar o desempenho na competição.
Com 19 vitórias conquistadas nas 38 rodadas da Segundona, um recorde do próprio Ceará em campanhas de acesso, o time comandado por Léo Condé foi competitivo até o fim, apesar das limitações do elenco, principalmente relativas ao banco de reservas, e aos bastidores conturbados do clube na parte política e financeira.
Condé, que conquistou o 4º acesso de sua carreira (dois da C para a B e dois da B para a A) teve méritos de retirar mais do elenco que o Ceará já tinha quando a competição começou, recuperou atletas que haviam baixado em desempenho e perdido espaço no time titular, além de conseguir amenizar a vulnerabilidade da defesa do time, enquanto gerou meios para aumentar o repertório ofensivo do Vovô. Mesmo sem um futebol vistoso em campo na maioria dos jogos, ele conseguiu fazer do Alvinegro um clube que se colocou na briga pelo acesso o tempo inteiro.
Com o ex-técnico Vagner Mancini, o Ceará iniciou bem a Série B e chegou a entrar no G-4 pela primeira vez na 8ª rodada, porém logo em seguida o Vovô viveu o pior momento na competição, conquistando apenas duas vitórias em seis jogos. A troca de comando foi na 12ª rodada (Anderson Batatais faz jogo como interino na 13ª), quando o Alvinegro de Porangabuçu estava na 12ª posição, a quatro pontos do G-4.
O Ceará se manteve perto da zona de classificação, não ficando a mais que seis pontos do quarto colocado e apenas um vez com essa diferença desde que Condé assumiu o time. Em contrapartida, o time demorou a emendar uma sequência de três ou mais vitórias e por isso o Vovô desperdiçou muitas chances de voltar ao G-4 mais cedo.
O time de Léo Condé, no entanto, empatou pouco (apenas três vezes), o que veio a ser importante, pois foi nesse critério de desempate que o Vovô garantiu o acesso.
O fator casa também foi determinante. Se com Mancini o Ceará já se mostrava forte, uma vez que o ex-treinador saiu invicto no Castelão em jogos da Série B, com Condé a campanha de mandante cresceu e o Vovô venceu dez de doze jogos diante do seu torcedor, sendo oito de forma consecutiva, o que fez do time do Porangabuçu o de melhor campanha em seus domínios dentro do certame.
Na última rodada, o Ceará empatou e contou com uma vitória do Goiás sobre o Novorizontino (sob o comando de Mancini), porém não se pode deixar de ressaltar que a arrancada na reta final da Série B foi determinante para o acesso. Nos últimos dez jogos, o time de Léo Condé venceu sete, conseguindo emendar quatro vitórias nas últimas cinco rodadas, entrando no G-4 na 36ª rodada e ficando até o final. Foram quatro rodadas na zona de classificação e o acesso conquistado.
O trio de ataque montado com Saulo Mineiro pela ponta-direita, Erick Pulga na ponta-esquerda e Aylon centralizado marcou 34 gols somente na Série B, mais que o ataque todo de algumas equipes que disputaram a competição. Esse poder de fogo foi crucial para a subida, bem como o apoio da torcida, que marcou presença na arquibancada, com mais de meio milhão de torcedores durante a competição.
O Ceará encerra a Série B de 2024 com 64 pontos, 19 vitórias, sete empates e 12 derrotas; 59 gols marcados e 41 gols sofridos, o que dá um saldo de gols de 18 tentos. O aproveitamento geral foi de 56%.
Campanha do Ceará na Série B de 2024, por técnicos:
Mancini - 12 jogos
- 4 vitórias
- 4 empates
- 4 derrotas
- 16 gols marcados
- 15 gols sofridos
- 1 gol de saldo
- 44,4% de aproveitamento
Anderson Batatais - 1 jogo (como interino, mas comandou outros três como auxiliar)
- 1 vitória
- 4 gols marcados
- 2 gols sofridos
Léo Condé - 25 jogos
- 14 vitórias
- 8 derrotas
- 3 empates
- 39 gols marcados
- 24 gols sofridos
- 60% de aproveitamento