'Se alguém não está passando por uma crise, não tá entendendo nada', diz Débora Falabella

Convidada do podcast Diz, Mulher, atriz comenta sobre a personagem ansiosa que interpreta no filme "Depois a Louca Sou Eu".

Estreia hoje nos cinemas o filme "Depois a Louca Sou Eu", estrelado por Débora Falabella e inspirado no livro homônimo de Tati Bernardi. A atriz, que dá vida a protagonista Dani, é a convidada do sexto episódio da 3ª temporada do podcast "Diz, Mulher" e trocou uma ideia sobre as situações vividas pela personagem e no quanto a atriz se aproxima ou se distancia dela. 

Terapia tardia, medo de avião, identificação com as situações do filme, síndrome de impostora e o humor para lidar com os medos da vida são outros assuntos abordados na conversa. Só dar o play! 

Ouça o podcast 'Diz, Mulher':

Exposição da vida pessoal

˜Sempre adorei os textos da Tati, acho que ela tem escrita despudorada em relação a ela mesma e ao outro e isso me interessa muito. De expor suas fragilidades pro mundo, ela faz disso o trabalho dela, de se colocar no meio das histórias. Acho isso muito corajoso. E acho que pra falar desse tema da saúde mental, acho importante falar dessa forma, sem filtro e sem pudor", diz Débora.

Durante a conversa com Gabi Dourado, Débora ainda revelou que, apesar de se identificar com a personagem em muitos aspectos, se distancia dela quando o assunto é exposição da vida pessoal

"Por mais que eu me interesse por essa maneira de falar tudo, mais sem filtro, eu me preservo mais. Mas acho que cada um tem sua maneira de lidar com suas fragilidades. Ela tem essa de se expor, e eu tenho essa de me preservar", comenta.

"As pessoas esperam que o artista seja artista o tempo inteiro, mesmo quando ele não está representando um personagem. A gente acaba tendo que criar mecanismos pra gente também ter espaço de relaxamento. Isso pra mim particularmente é algo muito difícil, eu aprendi a lidar com isso com o tempo", diz a atriz sobre o ônus do trabalho com arte. 

Produção encabeçada por mulheres

Dirigido e produzido por uma mulher e baseado em um livro escrito por uma mulher também, "Depois a Louca Sou Eu" reflete muitas dores e situações próprias do universo feminino. No podcast, Débora também reflete sobre isso.

"(mesmo com os problemas) Ela não deixa de ser uma mulher que avança. Tem angústias que são extremamente femininas nesse sentido. (O filme) tem uma coisa bonita que é uma mulher que consegue avançar, que vai superando. Ela tem uma liberdade de falar sobre sexo, uma mulher que não tem problemas de se relacionar, ela é livre. A liberdade que ela tem com a vida afetiva é bonito de acompanhar".

O filme estava programado para chegar às salas de cinema em abril de 2020, porém foi adiado por conta da pandemia. Nesse contexto, toda a equipe se questionou sobre como a personagem Dani reagiria a essa nova realidade, com suas crises e medo. Assim nasceram alguns spin offs com "diários de quarentena". Débora também fala sobre isso no podcast.

"Se alguém não tá passando por alguma crise, não ta entendo nada, tá alienado. Estamos em um momento de muita incerteza, muita ansiedade, e é normal sentir isso, até necessário, até pra conseguir levar adiante, se movimentar. A gente precisa ter consciência do que está acontecendo, porque o mundo está muito acelerado, a gente tá vivendo um momento tristissimo", reflete. 

Diz, Mulher

O podcast 'Diz, Mulher' nasceu em 2019 com a proposta de trazer conversas com mulheres que compartilham ideias sobre os mais diversos temas e tem muito mais a dizer. 

Serviço

Podcast: Diz, Mulher

Onde ouvir: site da Verdinha, Spotify, Deezer, iTunes e outros streamings de áudio

Jornalistas: Gabriela Dourado

Contato: gabriela.dourado@svm.com.br