Jorge Aragão celebra fim de linfoma, nova canção com Djonga e EP comemorativo de 40 anos de carreira

O sambista sente-se em nova fase criativa, após vencer o câncer e fala sobre disco com músicas de sucesso em novas roupagens

O cantor Jorge Aragão, 74, reúne diversos motivos para comemorar. Após anunciar a remissão completa de um linfoma, que tratava desde julho deste ano, ele divulgou, nesta sexta-feira (24), por meio de seu perfil no Instagram, o lançamento da música "Respeita", parceria com Djonga. O artista está trabalhando em seu novo EP, intitulado "Projeto Identidade", uma espécie de homenagem aos seus mais de 40 anos de carreira

A canção recém-lançada inicialmente iria se chamar "Moleque Atrevido", já que se trata de uma versão para o hit homônimo, dos anos 1990. A faixa agora traz trecho inédito, composto e interpretado por Djonga, dando uma roupagem de rap ao trabalho. A novidade estreou nas plataformas digitais, via ONErpm, em formato de single. 

O lançamento faz parte do novo EP de Aragão, que faz uma viagem por alguns sons do cantor, os quais representam a força da cultura negra no Brasil. Sucessos já conhecidos do artista, como “Malandro”, “Cabelo Pixaim”, “Preto Cor Preta”, “Coisa de Pele”, entre outros, também serão reinventados em parceria com nomes do cenário do rap e do trap. Entre eles BK, Emicida, Lennon, Rappin Hood, Liniker, Xamã e Negra Li, além do sambista Xande de Pilares, que interpreta faixa totalmente inédita com o mestre. O objetivo do artista é lançar semanalmente cada música, culminando com o compilado completo a ser lançado em 2024.

"Prestigiados são aqueles que usam a arte como luta. E eu fico feliz em saber o que fiz pela música. Temos a cor da noite, somos filhos de todo açoite, mas podemos construir diariamente novos caminhos. Seguimos unidos, mais fortes e mais lindos", refletiu o veterano, em entrevista concedida ao portal O Dia e divulgada neste sábado (25). 

Recuperação da doença

Em outro momento da conversa, o artista revelou como foi a descoberta do linfoma não Hodgkin, que tem origem nas células do sistema linfático e que se espalha de maneira não ordenada.

"Primeiro, quando você recebe a notícia de ter um linfoma, é uma sentença. Não adianta. Você até conhece pessoas que venceram essa doença, mas é estranho porque a gente só consegue lembrar daqueles que se foram por ela. Então, é meio que como uma sentença de que acabou a sua vida. E logo que tomei consciência, já comecei logo o tratamento, que inclusive foi feito por uma hematologista e não uma oncologista. E aí que eu fui tomando ciência de que eu poderia superar. E quando os médicos falaram que estou em remissão, fiquei muito feliz, ao mesmo tempo que grato", contou.

Para ele, agora surge uma nova fase da vida, cheia de esperança e disposição para criar projetos. "Para mim, é como se eu tivesse nascido agora. Nasci agora já sabendo compor e com todo um aprendizado de vida e de tecnologia ao meu redor", revelou.