Glória Maria deixa duas filhas adolescentes; relembre história da família

Maria e Laura foram adotadas pela apresentadora em 2009, durante uma visita dela á Bahia

A jornalista e apresentadora Glória Maria, que morreu no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (2), deixou duas filhas adolescentes. Maria e Laura, de 15 e 14 anos, respectivamente, foram adotadas por ela em 2009, durante uma viagem à Bahia. 

Na época, a profissional realizava um trabalho voluntário em um orfanato de Salvador, capital baiana, e conheceu a mais velha, por quem se encantou primeiro. Em seguida, se aproximou e se apaixonou pela caçula, sem saber que as duas eram irmãs biológicas. Então, decidiu adotar a dupla. As informações são do jornal O Globo

Ao todo, o processo de adoção das filhas durou 11 meses. Nesse período, Glória Maria chegou a morar no Estado para estar mais próxima das filhas, enquanto o caso tramitava na Justiça. 

Em entrevista ao veículo, realizada em 2018, ela mencionou que já havia planejado o que aconteceria com as duas, quando ela morresse

Minhas filhas não têm pai, eu decidi tê-las sozinha. Sou eu e ponto. Preciso estar bem para vê-las no balé, nos eventos da escola. O dia em que não puder estar, que morrer, elas terão tudo encaminhado. Vão estudar nos melhores lugares, têm padrinhos maravilhosos. Tá tudo certo. Tem gente que opta pelo vitimismo. Odeio drama, não sou coitadinha. Vim sem esse sentimento."
Glória Maria
Jornalista e apresentadora

"Nasci numa família extremamente pobre e matriarcal. Cheia de mulheres fortes. Minha avó Alzira, que morreu com 104 anos, tinha uma porrada de filhos, mandava em todo mundo”, completou. 

Não queria ser mãe

Antes das irmãs, a jornalista não tinha o desejo de engravidar ou adotar. A visão só mudou após ela conhecer Maria e Laura. 

Nunca quis ser mãe. O trabalho me preenchia, minha vida era perfeita. Elas surgiram por acaso. Nunca tinha pensado em ter filhos até que vi as duas pela primeira vez e tive certeza que elas eram minhas filhas. Isso é uma coisa que não sei explicar", disse durante uma participação no programa Encontro

Glória se recusava a participar de campanhas sobre adoção

A apresentadora ainda relatou ao O Globo que nunca aceitou participar de campanhas sobre adoção, pois preferia incentivar através do exemplo

"Tenho horror. Porque elas não são mais minhas filhas adotivas. Na certidão de nascimento, assim como tem escrito na dos filhos biológicos, não se lê 'filha adotiva'. Recuso milhões de convites para fazer campanhas sobre adoção. Porque acho que isso é uma coisa de cada pessoa. O que que vou dizer para você? 'Adota, que é maravilhoso'? E se não for maravilhoso para você, da maneira como foi para mim? A minha contribuição para o tema é o meu exemplo, e não quero ficar bancando a boazinha, porque adotar não faz de ninguém uma pessoa boazinha. É uma relação de amor e pronto. E você não tem que ficar dando satisfação para ninguém a respeito do amor'.  

Saúde fragilizada e afastamento da TV

jornalista havia sido internada no início deste ano para dar sequência a um tratamento, mas o problema de saúde não foi informado publicamente. Em 2019, Glória retirou um tumor no cérebro e em 2022 colocou um dreno no pulmão por conta de uma sequela provocada por uma infecção de Covid-19.  

Ano passado, ela foi afastada das funções no programa Globo Repórter para um tratamento de saúde.

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