Day McCarthy é condenada por racismo contra Titi, filha de Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank

Artistas afirmam que essa é a primeira vez que, em reposta ao racismo, o Brasil condena uma pessoa a prisão em regime fechado

A socialite Day McCarthy foi condenada a 8 anos e 9 meses de prisão em regime fechado por racismo contra Títi, filha de Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank. O casal informou a condenação em publicação nas redes sociais nesta sexta-feira (23). De acordo com a nota, o crime ocorreu quando a criança tinha quatro anos, em 2017, mas que apenas em maio de 2021 conseguiram oferecer uma denúncia à Justiça.

Em novembro de 2017, Day chamou Chissomo, a Titi, de “macaca com cabelo horrível”, de “bico de palha" e "nariz de preto" em uma rede social. 

O post ressalta que essa é a primeira vez que, em reposta ao racismo, o Brasil condena uma pessoa a prisão em regime fechado. "E somente na última quarta-feira, dia 21 de agosto de 2024, sete anos depois, a Justiça Federal do Rio de Janeiro proferiu uma decisão inédita condenando a autora dos crimes por injúria racial e racismo. A pena? 8 anos e 9 meses de prisão em regime fechado. [...] Apesar de tardio, é histórico", revelou o casal.

Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank comentaram que há pouca possibilidade de reversão da pena, no máximo uma redução, e que estão confiante na Justiça brasileira. "Há anos estamos lutando por entendermos que esta vitória não é nossa, mas da nossa filha, coletiva e de toda uma comunidade. Seguimos confiantes na atuação consistente do judiciário para assegurar que crimes de racismo sejam devidamente reconhecidos e punidos", diz trecho da nota.

O casal revelou emoção e gratidão pelo apoio do público desde que o crime ocorreu. Os artistas destacaram que seguem lutando contra o racismo e encorajando que denúncias sejam registradas.

"Como pais, estamos emocionados e agradecemos: a comoção pública foi fundamental para este avanço. Não temos mais nada a declarar, mas seguiremos vigilantes porque o racismo está longe de acabar", finalizaram.

Veja nota na íntegra

"Hoje a gente vem celebrar uma vitória contra o racismo. E sabemos que, infelizmente, esta vitória acontece por termos visibilidade e brancos e, portanto, mais ouvidos que a população negra que, desde que foi sequestrada para este país, não para de gritar e sangrar. Nunca é tarde, mas ainda é tarde.

Quando nossa filha Chissomo tinha apenas quatro anos, em 2017, foi alvo pela primeira vez do racismo. Títi, como vocês conhecem, nem sabia que poderia ser vítima assim como ocorre com toda criança preta. O crime veio de uma mulher eugenista, que encontrou na internet o ambiente perfeito para proferir violências hediondas – aqui, às vezes o mundo parece retroceder com ataques às minorias crescendo de modo desmensurado. Demos voz aos idiotas?

Mesmo com todos os nossos privilégios, o caminho foi longo: apenas em maio de 2021 conseguimos oferecer uma denúncia. E somente na última quarta-feira, dia 21 de agosto de 2024, sete anos depois, a Justiça Federal do Rio de Janeiro proferiu uma decisão inédita condenando a autora dos crimes por injúria racial e racismo. A pena? 8 anos e 9 meses de prisão em regime fechado.

Essa á primeira vez que, em reposta ao racismo, o Brasil condena uma pessoa a prisão em regime fechado. Sim, estamos em 2024 e essa ainda é a primeira vez. Apesar de tardio, é histórico. O direito criminal diz que pouco pode ser feito pela reversão da pena, no máximo sua redução. E assim esperamos e seguiremos confiantes na justiça, pois há anos estamos lutando por entendermos que esta vitória não é nossa, mas da nossa filha, coletiva e de toda uma comunidade.

Seguimos confiantes na atuação consistente do judiciário para assegurar que crimes de racismo sejam devidamente reconhecidos e punidos – enaltecemos também a Procuradoria da República do Rio de Janeiro pela atuação firme e combativa. E somos gratos à advogada @julianasouzaoris e sua equipe que nunca nos deixou esmorecer.

Como pais, estamos emocionados e agradecemos: a comoção pública foi fundamental para este avanço. Não temos mais nada a declarar, mas seguiremos vigilantes porque o racismo está longe de acabar.

Bruno e Giovanna"