50 Cent, Kesha e outras celebridades comentam acusação contra Diddy; confira

O compositor de "Last Night" enfrenta uma acusação de 14 páginas por "abuso, ameaça e coação" de mulheres

A prisão do rapper e empresário Sean "Diddy" Combs, sob a acusação de ter abusado, ameaçado e coagido mulheres e outras pessoas ao seu redor, tem gerado uma série de repercussões entre as celebridades da indústria da música.

O compositor de "Last Night" é investigado há pelo menos um ano por suspeita de agressão sexual. Os casos vieram à tona após a ex-namorada do cantor, Cassie, o acusar de abuso.

Aubrey O'Day, ex-integrante do grupo "Danity Kane", que já falou abertamente sobre Diddy no passado, disse que a custódia do cantor dá um "ultimato" e possibilita "espaço para criar um novo capítulo". "Eu me sinto validada. Hoje, é uma vitória para as mulheres do mundo todo, não só para mim", disse a artista.

O rapper 50 Cent também se manifestou sobre o caso. Nas redes socais, o intérprete de "Candy Shop" ironizou a quantidade de lubrificantes que a Polícia apreendeu na casa de Diddy no ano passado. "Aqui estou eu mantendo uma boa companhia com [a atriz] Drew Barrymore e não tenho 1.000 frascos de lubrificante em casa", escreveu ele.

A atriz e comediante Whoopi Goldberg, de "Mudança de Hábito", considerou a acusação de Diddy "extensa e perturbadora" e afirmou que o rapper estava envolvido em "comportamento de máfia". "Estão descrevendo uma empresa criminosa que envolvia tráfico de menores de idade por meio de fronteiras estaduais para fazer sexo", observou ela.  

Kesha, que ficou famosa pela música "Tik Tok", em que cita Diddy, mudou a letra da canção e inseriu uma crítica ao rapper. A nova versão foi lançada por ela durante o Coachella, no começo deste ano. 

Julgamento

Diddy permanecerá preso enquanto aguarda julgamento por acusações de tráfico sexual, associação criminosa e promoção da prostituição. A decisão foi do juiz Andrew Carter na última quarta-feira (18), após recurso apresentado pela defesa.

Carter confirmou a decisão da véspera, que considerou insuficiente a fiança proposta por Combs, devido ao seu histórico de violência, abuso de substâncias e à possibilidade de manipulação de testemunhas.

"Esteja onde estiver, ele tem a mesma determinação. Acredita ser inocente", declarou em frente ao tribunal federal de Manhattan o advogado do rapper, Marc Agnifilo, que considerou as condições de prisão de Combs "desumanas".

O que diz a acusação?

De acordo com os documentos de acusação, Sean Combs "abusou, ameaçou e coagiu mulheres e outras pessoas de seu círculo para satisfazer seus desejos sexuais, proteger sua reputação e ocultar seus atos" durante décadas, utilizando seu "império" musical para alcançar tais objetivos.

O promotor Damian Williams disse à imprensa que Combs construiu um sistema baseado na "violência" para obrigar as mulheres a "longas relações sexuais com garotos de programa", sob efeitos de drogas como ecstasy GHB (a droga dos estupradores) e cetamina, e que o rapper "gravava" os atos.

"Quando não conseguia o que queria, era violento (...) chutava e arrastava as vítimas, às vezes pelos cabelos", disse o promotor.

Um vídeo de uma câmera de segurança em um hotel que foi divulgado em maio mostra Combs agredindo fisicamente sua namorada da época, a cantora Casandra Ventura, conhecida artisticamente como Cassie, e arrastando-a pelo cabelo para o quarto do qual tentava fugir.

Uma denúncia de Cassie no final do ano passado iniciou a queda do magnata, a quem acusou de submetê-la por mais de uma década a coerção física e drogá-la, além de estuprá-la em 2018.

O processo foi rapidamente resolvido fora do tribunal, mas uma série de denúncias de agressão sexual se seguiu, incluindo uma apresentada em dezembro por uma mulher que alegou que Combs e outros a estupraram em grupo quando ela tinha 17 anos.

Vários processos civis o descrevem como um predador sexual violento que usava álcool e drogas para subjugar suas vítimas.