Paulinha Abelha usava anfetaminas, indica exame toxicológico

Substância muitas vezes é usada por pessoas que costumam fazer regimes de emagrecimento

O exame toxicológico da cantora Paulinha Abelha, vocalista da banda Calcinha Preta, indicou que a artista usava anfetaminas. O documento, divulgado nesta segunda-feira (7), apontou quais substâncias estavam presentes no corpo dela enquanto Paulinha estava internada antes morrer, no último dia 23 de fevereiro, em Sergipe. 

Conforme a certidão de óbito da vocalista, revelada por um programa de TV neste domingo (6), ela faleceu devido à meningoencefalite, hipertensão craniana, insuficiência renal aguda e hepatite. 

Conforme o teste toxicológico, divulgado pelo assessor jurídico da banda, Wanderson dos Santos Nascimento, ao G1, Paulinha tinha sinais de consumo de anfetaminas, usadas acompanhadas de outros medicamentos para controle de peso, segundo a assessoria jurídica.

Realizado em 21 de fevereiro, o exame ainda indicou a presença de barbitúricos, possivelmente dos sedativos usados durante a internação, já que não estavam prescritos. 

Possível hepatite medicamentosa

Já o resultado da biópsia do corpo indicou, conforme o G1, uma lesão hepática aguda, com necrose de hepatócitos e colestase intra-hepatocitária. A análise revelou ainda que os achados poderiam corresponder à injúria hepática induzida por medicamentos.

O assessor jurídico também divulgou uma lista de remédios e suplementos utilizados por Paulinha, prescritos por uma nutróloga, para o auxílio do controle de peso. Entre eles, um estimulante anfetamínico.

O que é anfetamina

Segundo o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, ligado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), anfetaminas são estimulantes da atividade do sistema nervoso central. Elas provocam uma aceleração na atividade do cérebro, deixando as pessoas mais “acesas”, “ligadas”, com “menos sono”, “elétricas”, etc. 

A substância é chamada de "rebite", principalmente, entre os motoristas que dirigem durante várias horas seguidas, sem descanso. Também é conhecida como "bolinha" por estudantes que passam noites inteiras estudando, ou por pessoas que costumam fazer regimes de emagrecimento, muitas vezes, sem o acompanhamento médico.

Ela não exerce somente efeitos no cérebro, age ainda na pupila dos olhos, produzindo uma dilatação — fenômeno chamado midríase. Também causa um aumento do número de batimentos do coração (taquicardia) e um aumento da pressão sanguínea. 

Ainda conforme a Unifesp, o consumo de anfetamina no Brasil é alarmante, provocando avisos da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o assunto ao governo brasileiro.