Em parceria com redes de supermercados e comerciantes do Ceasa, o Instituto da Primeira Infância (Iprede) realiza o projeto Prato Cheio, com o intuito de produzir e distribuir alimentos para as famílias beneficiadas pela instituição e de comunidades de Fortaleza. A ideia foi iniciada no último mês de março e busca desenvolver, por meio da utilização das cascas, talos, sementes, carcaças e outros itens, o aproveitamento integral de alimentos excedentes dos supermercados, que iriam para o lixo.
“Iniciamos o projeto no dia 22 de março de 2021. Hoje, são 200 litros de sopa para as comunidades e 100 litros para as famílias da instituição. Até o momento, temos 100 cestas básicas em estoque. Precisamos de apoio para expandir nossas doações, pois o 'Prato Cheio' é um movimento que transcende o Iprede", explica o coordenador de Ações Sociais do Iprede, João Victor Furtado.
Segundo, a iniciativa "nasceu com o propósito de ultrapassar os muros do Instituto e ir realmente para as comunidades. Mesmo depois da pandemia, esse projeto vai perdurar, e será um processo que levará um grande impacto, por meio da sustentabilidade, combate à fome, educação nutricional e segurança alimentar”.
Dificuldades
Aline de Sousa Oliveira, 31, moradora do bairro Messejana, é uma das beneficiadas pela iniciativa. Com participação frequente no Iprede há mais de dois anos por causa do tratamento da filha de 3 anos, diagnosticada com autismo e osteoporose, a dona de casa conta que a maior dificuldade que vem enfrentando é a alimentação, visto que além da pequena Kyara Gabrielly, ela também é mãe de João Gabriel (6) e está à espera do filho mais novo.
“A minha maior dificuldade é a alimentação da casa, porque eu só recebo mais alimentação quando eu venho pro Iprede, que eu levo o leite dela, eu ganho o meu kit de alimentação, ganho as frutas. Aí isso eu tenho que manter durante quinze dias para o retorno”, informa.
O projeto Prato Cheio, segundo Aline, tem ajudado a diminuir a preocupação com as principais refeições do dia, como almoço e jantar. “É uma ajuda muito grande porque ficar nessa pandemia está sendo muito difícil e a dificuldade está grande. Eu dependo muito do Iprede, dependo só do Bolsa Família e eu já tenho que dar prioridade ao aluguel porque senão eu vou morar na rua”, acrescenta.
Durante a pandemia, o Iprede participa de projetos de fabricação de máscaras e doações de cestas básicas em mais de 50 bairros da Capital cearense.