A um mês e meio do fim da quadra chuvosa de 2024, os açudes cearenses já guardam volume de água superior a todo o acumulado na quadra chuvosa de 2023. Ao todo, os 157 reservatórios monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) atingiram 51,3% da capacidade nesta segunda-feira (15).
No dia 31 de maio do ano passado, os açudes cravaram 51% de volume. Quando a quadra iniciou, em 1º de fevereiro, eles tinham 31%; ou seja, com as boas precipitações, ganharam cerca de 20% de volume, conforme o Portal Hidrológico do Ceará.
Há um ano, em 15 de abril de 2023, o acumulado era de 48,1%, três pontos percentuais abaixo do atual.
Neste ano, o Estado começou em uma situação um pouco mais confortável, com 37,1% registrados em 1º de fevereiro. Em dois meses e meio já decorridos, teve um incremento de 14% nas reservas.
Atualmente, 64 açudes gerenciados pela Cogerh estão sangrando, e 14 reservatórios operam com mais de 90% da capacidade total. As regiões da Ibiapaba, Metropolitana, Litoral, Coreaú, Acaraú e Baixo Jaguaribe possuem entre 70% e 100% da capacidade.
Uso consciente
No entanto, as chuvas até o momento foram distribuídas de forma irregular no tempo e espaço: outros 26 reservatórios do Ceará contam com volumes abaixo de 30% de sua capacidade.
A situação mais complicada é a da bacia hidrográfica dos Sertões de Crateús. A região possui apenas 23,5% de capacidade hídrica acumulada. Seis dos 10 açudes da área guardam menos de 10% do volume total.
No último dia 11 de abril, quando os açudes atingiram 50% da capacidade, o diretor de Operações da Cogerh, Tércio Tavares, ressaltou que “as notícias são animadoras, mas é imperativo que continuemos utilizando nossos recursos hídricos de forma consciente, evitando desperdícios e adotando práticas sustentáveis para garantir um futuro mais seguro para todos os cearenses”.
Continuidade das chuvas
Há expectativa de que a continuidade das chuvas nos próximos meses possa elevar ainda mais a reserva dos açudes. A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) elaborou um novo prognóstico que aponta 40% de probabilidade de chuvas em torno da média, entre abril e junho.
Ainda conforme a previsão, há chances iguais de 30% para um período abaixo ou acima da normal climatológica.
Em janeiro, os modelos de previsão apontavam para a tendência de uma “estação chuvosa mais curta este ano, ou seja, com principais acumulados de chuva entre os meses de fevereiro e março, sendo mais irregulares em abril e, principalmente, em maio”.