Varíola dos macacos: quanto tempo dura isolamento de quem contrai a doença

Transmissão pode ocorrer principalmente por meio das lesões geradas na pele

Uma das principais características da varíola dos macacos (monkeypox), que já tem dois casos confirmados no Ceará, são as lesões que o vírus causa na pele. É justamente esse sintoma que orienta como e por quanto tempo deve ser o isolamento de pacientes com a doença.

De acordo com o Ministério da Saúde, é necessário realizar o “isolamento imediato do indivíduo, o rastreamento de contatos e a vigilância deles”, para reduzir os riscos de transmissão da virose, que já soma mais de 70 casos no Brasil.

O período de isolamento do paciente só deverá ser encerrado após o desaparecimento completo das lesões da pele, aponta o órgão federal.

Lauro Perdigão, infectologista e diretor técnico do Hospital São José (HSJ), explica que "o isolamento deve acontecer durante o período de transmissão da doença, que, normalmente, dura de 2 a 4 semanas". Ou seja, esse é o período médio de "quarentena".

O fim do isolamento, porém, depende da cicatrização total das lesões de pele, e só pode ser determinado após avaliação médica, como reforça Perdigão. "Depois que as lesões cicatrizam e que termina a fase das crostas, das 'casquinhas', o paciente não transmite mais", pontua.

Já a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou uma nota técnica orientando sobre o manejo de casos na rede de saúde, a fim de resguardar os trabalhadores e os demais pacientes em atendimento nas unidades.

Entre as principais orientações estão:

  • Manter a distância mínima de 1 metro entre os leitos dos pacientes, para evitar o risco de transmissão por gotículas a partir da pessoa infectada;
  • Ao tocar os pacientes, produtos e superfícies contaminadas ou prestar assistência a menos de 1 metro do infectado, o profissional de saúde deve usar avental, luvas e máscara, além de óculos de proteção ou protetor facial;
  • Pacientes infectados devem permanecer em isolamento até o desaparecimento das “crostas” das lesões da pele;
  • A acomodação do caso suspeito ou confirmado deve ser realizada, se possível, em quarto privativo, com porta fechada e bem ventilado;
  • Recomenda-se a suspensão de visitas e acompanhantes, para diminuir o acesso de pessoas aos infectados. Para crianças, idosos, pessoas com necessidade especiais etc., deve-se evitar a troca de acompanhantes;
  • Devem ser instaladas barreiras físicas para as áreas de triagem de casos suspeitos;
  • Pacientes que desenvolvam erupção cutânea devem ser isolados ou auto isolados e avaliados como caso suspeito; e uma amostra deve ser coletada para análise laboratorial.

Ainda segundo a Anvisa, para prevenir a disseminação do vírus monkeypox, causador da varíola dos macacos, “orienta-se que as pessoas com quadros suspeitos fiquem em isolamento e evitem viajar até o desaparecimento das lesões na pele”.

Como evitar a transmissão da varíola dos macacos

Em coletiva à imprensa, nesta quinta-feira (30), Sarah Mendes, secretária executiva de Vigilância e Regulação da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), alertou que a doença também é transmitida por vias respiratórias, mas “prioritariamente por contato com as lesões”. 

“A recomendação é evitar contato com a pessoa que esteja confirmada ou suspeita. E as mesmas medidas preventivas para as outras doenças: uso de álcool em gel, higiene das mãos, distanciamento e, se estiver doente, ficar em casa".