Cerca de 20 anos após a intensificação do processo de degradação com o avanço do mar, a Avenida Litorânea do Icaraí, em Caucaia, deve passar por uma repaginação nos primeiros meses deste ano. Conforme projeção da Prefeitura de Caucaia, a revitalização da via deve ser concluída em meados de maio.
A informação foi compartilhada pelo prefeito da Cidade, Vitor Valim, durante obras de vistoria no local, na última terça-feira (9). A intervenção faz parte do projeto de recuperação do litoral de Caucaia, um dos principais destinos turísticos do Ceará.
“Tenho certeza de que vai ser uma obra rápida. Mais ou menos em maio, toda a população vai ver uma nova avenida ‘Beira-Mar’ na Litorânea, pra voltar a ter aquelas festas. Era tradição”, afirmou Valim.
A degradação da Avenida Litorânea começou no início dos anos 2000, mas acelerou em 2007, impactando diretamente a economia local pela destruição de barracas de praia e outras estruturas públicas e privadas.
A nova obra faz parte de uma parceria entre a Prefeitura e o Governo do Estado, iniciada em 2021 por meio de convênio. Através dela, já foram construídos três espigões - de um projeto que prevê um total de 11 - na própria Avenida Litorânea.
Agora, devem ocorrer a requalificação das barracas e a urbanização dos espigões, com novo calçamento e iluminação. Segundo o Governo, a obra tem investimento de R$ 44 milhões, sendo R$ 40 milhões de recurso estadual e R$ 4,32 milhões de recurso municipal.
Em 2018, a gestão dos 44 km de faixa litorânea de Caucaia foi transferida da Secretaria do Patrimônio da União (SPU) à Prefeitura, concedendo ao Município a permissão e cessão de uso dos espaços. O acordo tem validade de 20 anos e pode ser prorrogado.
Espigões em Caucaia
Ao contrário dos espigões de Fortaleza, que seguem um padrão reto, os espigões instalados em Caucaia foram projetados em formato curvilíneo para facilitar o depósito de sedimentos e criar uma nova área de areia.
O estudo técnico de impacto ambiental (EIA) negou a possibilidade de o aterro das Praias do Pacheco, Icaraí e Tabuba motivarem processos erosivos em outras praias localizadas a Oeste de Caucaia, como São Gonçalo do Amarante e Paracuru.
O documento considerou a chance “bastante remota” porque os espigões foram projetados de modo a capturar apenas o volume de sedimentos (principalmente areia) necessário para manter as praias estáveis.