Professores rejeitam proposta de Sarto por não aplicar reajuste de 14,95% e mantêm paralisação

Sindicato condenou proposta do prefeito para reajustar o valor somente em 0,81%

O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute) rejeitou, nesta terça-feira (31), a proposta do prefeito José Sarto (PDT) sobre o piso salarial dos professores municipais por não aplicar o reajuste de 14,95%. A entidade informou ainda que manterá a paralisação das atividades. 

Na reunião, Sarto informou que pagará o piso salarial de R$ 4.420,55 estabelecido pelo Ministério da Educação (MEC), só que não propôs o reajuste percentual em cima da referência inicial, que é o cargo de nível médio, segundo o Sindiute. 

O que foi indicado pelo prefeito de Fortaleza foi um reajuste de 0,81% para que o salário atual dos professores se equipare ao piso do MEC. 

"A reunião foi muito ruim. Na verdade o Prefeito propôs reajuste de 0,81%, não aplicando os 14,95% na referência inicial, que é o nível médio. Nós não podemos mais admitir gestões que tirem nossos direitos. Lei do Piso é para corrigir uma defasagem histórica do magistério", afirma a presidente do Sindiute, Ana Cristina Guilherme. 

A categoria participa de ato unificado com servidores do Município nesta quarta-feira (1º) e está de Assembleia-Geral marcada para a quinta-feira (2). 

Adesão 

No Interior do Ceará. 82 prefeituras cearenses aderiram ao reajuste. O levantamento divulgado nesta terça-feira (31) foi feito pela Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce).

Professores de Paraipaba são os que vão receber maior aumento salarial em 2023, que fica em 16%. Outras 38 cidades deram acréscimo de 15%, enquanto 42 deram em 14,95%, percentual fixado pelo MEC. 

Impasse 

Após a reunião desta terça no Paço Municipal, José Sarto disse que "nenhum professor de Fortaleza terá o vencimento-base menor do que o piso de R$ 4.420,55 estabelecido pelo Ministério da Educação (MEC)". 

Entretanto, a dirigente do Sindiute rebate que o prefeito "quer confundir a categoria, confundir pais e alunos". 

"Vamos continuar na luta, saímos muito fortalecidos com a recepção da categoria unificada e vamos lutar até o fim de nossas capacidades. Nada [que nós reivindicamos] foi atendido. Recebemos foi ameaça de acabar com o piso para sempre", diz Ana Cristina. 

Os profissionais da educação estão em paralisação desde a última sexta-feira (27), quando seria o 1º dia de aula dos estudantes das escolas públicas da Capital. Cerca de 70% dos professores não entraram nas salas de aulas para cobrar o reajuste de 14,95% do salário, conforme a Lei Federal do Piso Nacional do Magistério (Nº 11.738/2008).