Um ciclo que tem se repetido, e novamente os testes positivos para a Covid estão em aumento. Em Fortaleza, em junho, a positividade de exames é a 2ª maior do ano. A cada 100 testes esse mês, 36 são positivos. A proporção só perde para janeiro, no pico da terceira onda, quando a cada 100 testes, 52 confirmavam a doença na Capital.
Em Fortaleza, os dados extraídos do Integrasus, plataforma da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), apontam que, em junho, até o dia 27, foram realizados 13.993 testes, dos quais 5.120 foram positivos. A taxa de positividade está em 36,59%. No mês anterior, os casos positivos representaram 9,62% do total de 10,1 mil exames realizados em Fortaleza.
No histórico da pandemia na Capital (de março de 2020 até agora), a atual taxa de positividade é a 7ª mais alta, na análise mês a mês.
Em alguns meses das três ondas anteriores (como abril e maio de 2020; março, abril e maio de 2021; e janeiro de 2022) essa proporção foi maior do que é na atualidade. Mas, em 2022, o cenário de junho é o segundo mais alarmante do ano.
Outro ponto é que, apesar do aumento na positividade, a quantidade de testes feitos no atual momento ainda é baixa. Se comparado ao histórico da pandemia, 2022, com exceção de janeiro e fevereiro, tem os meses com o menor número de testes realizados. Na pandemia inteira, em termos absolutos, junho de 2022 tem o quarto menor número de testes feitos.
Por que do aumento?
Nas últimas semanas, explica o médico infectologista e consultor em infectologia da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE), Keny Colares, têm tido aumento de casos, especialmente no continente europeu, na Oceania e na América do Sul. “Esse aumento já se traduz em aumento de óbitos nesses países”, completa ele.
No Ceará, afirma Keny, há seis semanas há mudança no aumento de indicadores, dentre eles: a detecção do vírus nos esgotos; o acréscimo de testes positivos; e aumento dos casos. O incremento de óbitos, relata ele, geralmente, “ocorre um pouco depois”.
O médico aponta um conjunto de fatores que, juntos, podem ter colaborado para esse aumento:
- Com a melhorias dos indicadores, as regras foram flexibilizadas no Ceará e as pessoas voltaram às aglomerações;
- A vacina tem uma proteção que vai se reduzindo no decorrer do tempo. A busca por reforço (3 e 4 doses) caiu, com isso, ainda há muitas pessoas desprotegidas;
- A busca por diagnóstico (testagem) também caiu e isso, reduz, em certo grau, o monitoramento do vírus;
- As sub-variantes da Ômicron têm provocado novos casos e elas têm alta capacidade de transmissão.
O médico reforça que é preciso atenção pois “pessoas que tiveram a doença recentemente não estão protegidas dessas subvariantes”.
Primeiro testar e se positivar, se isolar
Outro aspecto que merece atenção, destaca o médico, é que se tiver sintomas é necessário buscar fazer o diagnóstico e, em caso positivo, é preciso cumprir as medidas de isolamento. “Para não deixar a doença crescer entre nós como aconteceu em janeiro”, destaca.
Em relação ao isolamento, a orientação do Ministério da Saúde é que nos casos leves e moderados de Covid-19, o paciente deve ficar 7 dias isolado, podendo sair ao final desse ciclo, desde que não apresente sintomas respiratórios e febre, há pelo menos 24 horas e esteja sem o uso de antitérmicos.
Já para quem no 7º dia ainda apresentem sintomas, é obrigatório realizar novamente a testagem. Se o resultado for negativo, é preciso aguardar 24 horas sem sintomas respiratórios e febre, e sem o uso de antitérmico, para sair do isolamento. Se ainda for positivo, o isolamento é mantido por pelo menos 10 dias contados a partir do início dos sintomas.
Em Fortaleza, a Sesa e Secretaria Municipal de Saúde (SMS) disponibilizam alguns locais para a testagem gratuita tanto para quem apresenta sintomas gripais, incluindo as que tiveram contato com pessoas infectadas pela Covid-19, como para assintomáticos. Nesta semana, as unidades foram ampliadas.
Confira onde fazer teste gratuito da Covid em Fortaleza
Em caso de sintomas
- Hotel Excelsior (Praça do Ferreira - Centro)
- Sesi Parangaba (Avenida João Pessoa, 6754 – Parangaba, Fortaleza)
Sem sintomas
- Unidade de Atenção Primária à Saúde Carlos Ribeiro (R. Jacinto Matos, 944 – Jacarecanga);
- Unidade de Atenção Primária à Saúde Aída Santos e Silva (Av. Trajano de Medeiros, 813 – Vicente Pinzon);
- Unidade de Atenção Primária à Saúde Anastácio Magalhães (R. Delmiro de Farias, 1670 – Rodolfo Teófilo);
- Unidade de Atenção Primária à Saúde Dom Aloisio Lorscheider (R. Betel, 1895 – Itaperi);
- Unidade de Atenção Primária à Saúde José Paracampos (Rua Alfredo Mamede, 250 – Mondubim);
- Unidade de Atenção Primária à Saúde Melo Jaborandi (Rua 315, 80 – Conj. São Cristóvão).