Pesquisadores da vida marinha participaram da 2ª reunião extraordinária do Observatório Costeiro e Marinho do Ceará (OCMCeará), em encontro virtual com mais de 60 participantes, realizado na sexta-feira (6). A reunião discutiu a presença do peixe-leão em águas cearenses e medidas preventivas.
O pesquisador Tommaso Giarrizzo iniciou as discussões explicando sobre o primeiro registo do peixe no litoral cearense, em 12 de março de 2022. Ele disse que já foram registrados mais de 40 animais entre Bitupitá e Itarema. Esses animais, com tamanho corporal entre 14 e 15 cm, são todos juvenis e têm sido encontrados em locais rasos, em currais de pesca, marambaias, e recifes naturais.
Nenhuma ocorrência desta espécie invasora foi, até então, comprovada nas praias turísticas do litoral do Estado.
Cuidados ao ser atingido por um peixe-leão
Segundo os pesquisadores, a recomendação, em caso de acidente, é mergulhar a área afetada em água quente e procurar atendimento médico.
Ele também destacou que o peixe-leão não representa perigo para banhistas, uma vez que se trata de um peixe que vive em ambientes recifais/rochosos e que acidentes com banhistas nunca foram relatados.
Cerca de 70% dos acidentes registrados no Caribe estão relacionados à manipulação do peixe em capturas, segundo estudo citado por Giarrizzo. Ademais, não há ainda registros de peixe-leão em locais com mergulho para fins turísticos ou recreativos no litoral do Ceará. “Portanto não existe, até o momento, riscos de acidentes com turistas e banhistas”, disse.
A reunião foi conduzida pelo Prof. Fábio de Oliveira Matos, coordenador do Observatório Costeiro e Marinho do Ceará. O expressivo número de registros de peixe-leão em menos de 60 dias, em um trecho do litoral cearense de mais de 160 km, preocupa a comunidade científica.
Além de professores e pesquisadores da equipe do Programa Cientista Chefe e representantes das secretarias estaduais de Saúde, Turismo e Meio Ambiente, também participaram do encontro, representantes de diversos órgãos dos 20 municípios da costa cearense.
Os participantes concluíram que “através do fortalecimento de um monitoramento participativo e expedições científicas acompanhadas por pescadores treinados será possível elucidar a real magnitude do problema, entender melhor a distribuição destas espécies e propor um efetivo plano de ação para o controle deste invasor”.