As chances de termos, no Ceará, chuvas ao longo de todo este ano são reais. Este cenário que parece ser inimaginável para um estado fincado no Semiárido nordestino, pode ser viabilizado pelo postergamento da atuação da La Niña, fenômeno que atua no Oceano Pacífico.
Conforme o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Flaviano Fernandes, este fenômeno tem "chance de 60% de atuação até outubro".
Caso essa probabilidade se confirme, a tendência é de que as chuvas prossigam nos próximos meses, ainda que de forma isolada e de baixa intensidade - diferente das ocorrências pluviométricas registradas na quadra-chuvosa (fevereiro-maio).
A La Niña é o esfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial. Quando ela está atuando, aumentam as chances de ocorrência de chuvas em uma porção do Brasil, que contempla o Ceará.
O especialista lembra, no entanto, que para além da ocorrência da La Niña, é preciso uma simultaneidade de outro fenômeno que versa sobre as condições do Oceano Atlântico. Essa combinação de fatores aponta para precipitações no Ceará, além de outros estados do Nordeste.
O que esperar em novembro e dezembro?
Para os dois últimos meses do ano, também há chance de que a La Niña siga atuando, contudo, a probabilidade, no momento, é menor. "Os estudos, monitoramento e avaliações devem ser frequentes, pois os sistemas podem mudar", detalha Fernandes.
Ainda para os meses finais do ano, outros fenômenos começam a incidir, como o Vórtice Ciclônico de Altos Níveis. A pré-estação chuvosa tem início em dezembro, quando a média histórica pluviométrica tem substancial aumento se comparado aos meses anteriores do segundo semestre.
A Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), é outro fenômeno que atua na pré-estação. Já na quadra-chuvosa, a ocorrência é da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT).
Já no Sul do Estado, essas precipitações podem iniciar de forma antecipada, ainda em novembro. No ano passado, as chuvas começaram em meados de outubro, inclusive com bons registros também na Capital cearense.
Caso a atuação da La Niña se concretize ao longo dos meses restantes deste ano, esta será a maior duração do fenômeno desde 2012, quando se iniciou em 2010 e só terminou dois anos mais tarde.