O fim da quadra chuvosa (fevereiro-maio) no Ceará não representou, na prática, trégua das precipitações. Junho, mês que historicamente tem volume reduzido de pluviometria, segue apresentando bons índices. Os primeiros 14 dias deste mês já registram acumulado superior a junho inteiro dos últimos 18 anos.
Entre 1º a 14 de junho deste ano, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) aponta acumulado de 68,3 milímetros, o que representa 83% superior à média histórica para o mês, que é de 37,5 mm.
Este índice já é superior ao observado em junho dos anos de 2001 a 2003. Em 2004, junho fechou com 79,4 mm, índice que tende a ser superado caso as chuvas deste mês continuem com a mesma regularidade.
Na série histórica da Funceme, a qual monitora dados dos últimos 49 anos, 1994 teve o junho mais chuvoso, com impressionantes 131,4 milímetros. Para se ter uma ideia da expressividade do dado, no ano anterior, em 1993, choveu apenas 9,4 mm ao longo dos 30 dias.
Média histórica pluviométrica de cada mês:
- Janeiro: 98.7 mm
- Fevereiro: 118.6 mm
- Março: 203.4 mm
- Abril: 188 mm
- Maio: 90.6 mm
- Junho: 37.5 mm
Cidades em destaque
Em alguns municípios do interior cearense, as duas primeiras semanas de junho já trouxeram chuvas mais de 250% superior à média histórica de todo o mês.
Em Mombaça, a média de 39,9 mm foi pulverizada logo nos primeiros dias do mês. Até hoje, dia 14, a cidade já acumula 141,7 mm, o que representa variação positiva de 255%. Em Piquet Carneiro, já choveu mais de 4x além da média (40,9 mm).
Mas, é o município de Acopiara, que ostenta a maior variação dessas primeiras duas semanas de junho. A normal climatológica para a cidade é de 36,1 mm, e, até agora, Acopiara já acumula 168,3 milímetros, o que representa 367% superior à média.
Já a cidade com maior volume absoluto acumulado neste início de mês é a cidade de Cascavel, com 194 milímetros, isto é, 136% superior à média histórica (82,2 mm). Em seguida, aparece Guaiúba, com 181 mm, índice 123% superior à média, que é de 81,3 mm.
Litoral de Fortaleza lidera ranking
Das 8 macrorregiões cearenses, sete já conseguiram superar a média mensal histórica. Apenas Maciço de Baturité ainda não atingiu a normal climatológica, mas, a tendência é que esse índice seja alcançado - falta apenas 13%.
A macrorregião do Litoral de Fortaleza lidera com maior volume acumulado, com 121,4 milímetros. O índice é 35,8% superior à média histórica, 89,4 mm.
A macrorregião é, também, a que registra o maior acumulado do ano. De janeiro a junho, o Litoral de Fortaleza já soma 1.450,2 milímetros, o que representa 33.8% acima da normal climatológica anual, que é de 1.083,8 mm.