A vacinação infantil contra a Covid-19 começou em janeiro, no Brasil. Quase um mês após o início do processo, aparecem os primeiros resultados na imunização das crianças de 5 a 11 anos, mas há discrepâncias no ritmo até mesmo nas principais cidades do Nordeste.
O Diário do Nordeste realizou levantamento junto às nove capitais da região, por meio de sistemas de transparência ou das assessorias das Prefeituras Municipais. Até a última terça (7), quase 306 mil crianças estavam vacinadas nesses municípios, o equivalente a 25% das estimativas dessa população.
Salvador, na Bahia, é a capital com maior quantidade de pequenos vacinados e maior cobertura vacinal: 86,2 mil e 36%, respectivamente. Embora a estimativa do Governo da Bahia seja de 236 mil crianças na cidade, a Secretaria Municipal de Saúde trabalha atualmente com a meta de 174 mil cadastradas.
Fortaleza ocupa a segunda colocação em número de crianças vacinadas: foram mais de 65 mil até a última segunda-feira (6). Contudo, é a 5ª na cobertura vacinal, com 23% do público estimado para a cidade.
O médico pediatra Valderi Júnior ressalta a importância da vacinação para essa faixa etária e para o benefício da coletividade.
É importante que a gente leve nossos filhos para vacinar porque a gente consegue reduzir a quantidade de internações em leitos de UTI de pacientes graves. Lembrando que a vacina não impede que a pessoa fique doente, mas se por acaso ela contrair a doença, apresenta uma forma mais leve que pode até ser tratada em casa”.
Faltas representam 38%
A vacinação infantil em Fortaleza foi iniciada no dia 15 de janeiro, por ordem decrescente de idade, contemplando também crianças com comorbidades, deficiências permanentes, restritas ao leito e em acolhimentos institucionais.
Até a última segunda, 6 de fevereiro, 105.642 crianças foram agendadas para receber a vacina na Capital cearense, mas apenas 65.882 compareceram. Ou seja, a abstenção chega a 38% - a cada 10 crianças, quatro não foram levadas aos postos de aplicação.
A gestão municipal oferta os imunizantes das marcas Pfizer e Coronavac. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), há diversas estratégias simultâneas para estimular a busca e dar celeridade à aplicação da vacina pediátrica:
- Mutirões de cadastramento: buscam auxiliar pais e responsáveis que não disponham de internet ou que tenham alguma dificuldade para realizar o cadastro na plataforma Saúde Digital;
- Transporte para vacinação: cerca de 1.900 crianças matriculadas na Rede Municipal são transportadas diariamente aos centros de vacinação;
- Descentralização dos locais de atendimento: inicialmente, as crianças eram atendidas apenas no Centro de Eventos; menos de um mês depois do início da campanha, shoppings, postos de saúde e o Sesi Parangaba já realizam atendimento.
O que fazer se faltar?
O público infantil que faltou ao seu agendamento deve aguardar a divulgação das datas específicas para repescagem, informa a SMS.
Crianças que faltaram por estarem com Covid-19 só devem receber o imunizante 30 dias após o início dos sintomas ou do resultado positivo, em casos de assintomáticos.
Em casos negativos para o coronavírus, mas com quadro de síndrome gripal, o recebimento da vacina deve ocorrer após 48 horas do desaparecimento dos sintomas.
Documentos necessários
Em Fortaleza, é necessário apresentar o número do Cartão Nacional de Saúde (CNS) e documento oficial e original de identificação da criança: certidão de nascimento, carteira de identidade ou passaporte, além de documento original com foto do responsável pela criança no momento da aplicação e comprovante de residência.
Crianças com comorbidades ou deficiências permanentes precisam apresentar, além dos documentos de identificação, o atestado, relatório ou prescrição médica indicando o motivo para a priorização da vacina. Uma cópia deve ser entregue aos vacinadores.
Já os pacientes assistidos pelos postos de saúde e rede psicossocial (CAPS) de Fortaleza podem apresentar a cópia impressa do Registro Eletrônico de Atendimento, com a estratificação de risco caracterizando a presença da comorbidade ou deficiência da criança.