Durante as fortes chuvas em Fortaleza, a casa da vendedora ambulante Rosineide de Sousa Ferreira, 60 anos, desabou, por volta de 1h da madrugada de domingo (11). Fazia pouco tempo que ela tinha chegado de mais uma noite de trabalho e, ao fechar o portão, ouviu as paredes "estalarem".
"Não deu tempo de nada, só de livrar a cabeça e as coisas já foram caindo nas minhas costas", disse a ambulante, que vende caipirinha no entorno do Dragão do Mar.
Rosa afirmou ainda, em entrevista ao Diário do Nordeste, que teve ferimentos leves nas costas, braços e pernas e preferiu não buscar atendimento médico para ficar próximo daquilo que sobrou do esforço de uma vida toda.
Um vizinho emprestou a casa ao lado da que ela perdeu para a vendedora ter onde dormir e receber possíveis ajudas e doações. "Não sei se vou conseguir ir trabalhar tão cedo porque estou toda dolorida e perdi meu material. Além disso, aquela cena horrorosa não sai da minha cabeça", revelou.
Segundo a vendedora, equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros estiveram no local no domingo e, por ser área de risco, acredita que não vão deixar que ela reconstrua sua vida ali. "Mas eu não quero ir pra outro lugar. Minha vida é aqui. Sou idosa, moro sozinha e trabalho aqui. Não tenho condições de ir para outro lugar", comenta.
Além de Rosa, outras cerca de 40 famílias perderam móveis e pertences com a água que entrou nas casas no Poço da Draga, segundo lideranças e moradores do local. Representantes da comunidade, em suas redes sociais, têm pedido ajuda e doações, que podem ser levadas na localidade.
Defesa Civil
Procurada pela reportagem, a Defesa Civil de Fortaleza declarou que enviou equipe ao local ontem. Em nota órgão afirma que "atendeu a ocorrência de desabamento e a outras de alagamento". "O imóvel que desabou foi interditado e a moradora foi acolhida no abrigo solidário, optando por ficar na casa de uma vizinha".
O órgão informou também que a sede da Defesa Civil também foi afetada pela chuva do final de semana e ficou até a manhã desta segunda-feira, 12, sem internet. Por conta disso, o registro dos atendimentos estava sendo feito de forma manual.