O fim de semana chuvoso em Fortaleza escancarou um problema que vem se arrastando há meses na Capital: as sucessivas quedas de energia elétrica que afetam bairros e, às vezes, regiões inteiras. O prefeito José Sarto, inclusive, avalia medidas “mais duras” contra a Enel Ceará, empresa privada responsável pelo fornecimento.
“Ou a Enel vai dar um calendário com ruas, dizer prazos e buscar executar esses prazos, ou nós vamos ter que tomar medidas jurídicas mais duras. Porque a paciência já vem de 3 anos. Então, tá bom”, afirmou o prefeito em entrevista ao Diário do Nordeste, nesta quinta-feira (15).
Segundo ele, a Prefeitura buscou tratativas com a Enel “no mais alto escalão da polidez, educação, finesse e gentileza”, mas “essa parte já foi ultrapassada”.
O gestor afirma que obras públicas, como a reforma da Avenida Sargento Hermínio, a conclusão da Beira-Mar de Todos e a requalificação do projeto Beira-Rio, foram impactadas por problemas com a empresa.
“Está havendo um atraso da Enel que tem sido sistemático, constante, não só de obras públicas, mas de obras privadas. Isso repercute na qualidade da obra que a gente entrega pela Prefeitura”, pondera o prefeito.
Sarto garante que deve se reunir com o presidente e a bancada da liderança da Câmara Municipal de Vereadores, a quem compete fiscalizar a Enel, “para sugerir medidas mais enérgicas”.
O que diz a Enel
Em nota, a Enel Distribuição declarou que “está aberta ao diálogo com a Prefeitura de Fortaleza e se coloca à disposição para qualquer situação”.
A empresa afirma ainda que investiu mais de R$ 5 bilhões no Ceará, nos últimos cinco anos, voltados para a expansão da rede, a inclusão de tecnologia e a adequação da infraestrutura.
“Apenas nos últimos dois anos, por exemplo, foram entregues oito novas subestações, nos municípios de Fortaleza, Pindoretama, Pacatuba, Itarema, Paracuru, Itapipoca, Guaraciaba do Norte e Porteiras”, descreve.