O adolescente de 15 anos atingido na cabeça por um tiro disparado por um colega de escola dentro de sala de aula, em Sobral, permanece internado em estado grave, de acordo com novo boletim médico divulgado na tarde desta sexta-feira (7). Ele está intubado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) desde a última quarta (5).
O aluno da Escola de Ensino Médio de Tempo Integral Professora Carmosina Ferreira Gomes é atendido na Santa Casa de Misericórdia de Sobral e passa por exames "para se chegar ao diagnóstico final", informou o hospital.
Nas notas divulgadas pela Santa Casa na quarta e na quinta, foi dito que o jovem passou por avaliação de um neurocirurgião, mas “foi descartado procedimento cirúrgico”.
A equipe médica iniciou os exames obrigatórios para confirmar ou não a morte encefálica, quando há perda total e irreversível das funções cerebrais.
O rapaz é o único atingido no ataque que permanece internado. O segundo sofreu um tiro de raspão na nuca e voltou para casa ainda na quarta. Já o terceiro, alvejado na perna, recebeu alta hospitalar na quinta (6).
Disparos na escola
Um estudante entrou na escola, na última quarta, em posse de uma pistola, e atingiu três colegas. Após o ataque, o adolescente saiu da unidade de ensino e seguiu para casa, onde foi apreendido por policiais do Comando de Policiamento de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas (CPRaio).
Conforme o secretário de Segurança Pública e Defesa Social, Sandro Caron, o garoto disse em depoimento que a arma usada para atirar nos colegas de sala pertencia ao pai. Porém, a arma é registrada em nome de um atirador esportivo.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), o garoto revelou, em depoimento, ter premeditado os disparos. O pai do adolescente e também o CAC (colecionador, atirador desportivo e caçador) foram conduzidos à unidade policial de Sobral e prestaram depoimentos.
Investigação em andamento
O inquérito conduzido atualmente pela Polícia Civil do Ceará apura como uma arma de fogo foi parar nas mãos do adolescente. Testemunhas chegaram a dizer que ele falou que o pai era proprietário de uma arma de fogo - fato negado pelo genitor.
O CAC e o pai foram ouvidos na delegacia e liberados após prestarem depoimentos. De acordo com o delegado geral da PCCE, Sérgio Pereira, a autoria dos disparos já está indicada, mas é preciso saber a responsabilidade dos adultos na tragédia.