São eles que movimentam multidões, que fazem a energia do público, que ecoam o som e um verdadeiro jogo de luzes. Os trios elétricos são grandes protagonistas das micaretas e com o Fortal não seria diferente. A edição deste ano não marca só o retorno do evento, interrompido pela pandemia, mas também o da festa nos veículos.
Desde 1996, a baiana Rita Dias trabalha com trios elétricos, ano também em que participou do primeiro Fortal, quando a micareta ainda acontecia na Avenida Beira Mar. “Naquela época, nós éramos exclusivos do artista Ricardo Chaves, também fazíamos o bloco ‘Araboneco’ no pré-carnaval de Fortaleza”.
Para esta edição, quem vem de Salvador (BA) é o Trio Barretão 2 que sai com Xanddy e o grupo Harmonia do Samba no ‘Bloco Bagunça’, com Claudia Leitte no ‘Bloco Largadinho’ e com Ivete Sangalo no ‘Bloco Village’.
‘O Quebrador de Vidros’
De som forte e estrutura imponente, Rita conta que o trio é conhecido como “O Quebrador de Vidros” e “O ogro da avenida”. “Nosso carro já tem um nome bem conceituado no mercado pela sua estrutura e qualidade de som, é algo bem marcante para o público”.
A expectativa para o evento, de acordo com Rita, está grande, já que foram dois anos sem desfilar em avenidas por conta da pandemia. Durante o período, a equipe continuou dando manutenção a veículos. “Uma vez na semana tirava os carros do galpão e testava com som mecânico os equipamentos para não queimar”.
A estrutura que já é bastante atual se manteve para este ano, apenas foi feita uma reforma na parte hidráulica e nos dois camarins.
Botando fogo na avenida
Estreante na avenida da Cidade Fortal, o trio ‘Fire’ vem de Aracaju (SE) e foi montado em 2019, mas só deu tempo fazer a estreia no Reveillón e precisou parar por conta da pandemia. Na estreia, o ‘Fire’ vai sair com o cantor cearense Matheus Fernandes no ‘Bloco Bagunça’.
“É um trio novo, tocamos pouco tempo, e a expectativa pro Fortal é que cheguemos muito forte, muito bem, tudo novo, no melhor estado possível. O Fortal é um dos maiores eventos do País no segmento então com certeza vai abrir portas pra gente”, destaca o empresário responsável pelo veículo, Júnior Matos.
Comandado pela empresa Foguinho, o trio recebeu, primeiramente, o nome de ‘Mega Trio Foguinho’. "Mas as bandas que tocaram nele disseram que um trio desse porte com o nome no diminutivo não faria sentido, foi então que mudamos pra Fire”, explica Júnior.
Além de toda a potente estrutura de som, o trio é equipado com dois camarins de luxo, quatro banheiros, três aparelhos de ar-condicionado e uma sala de espera.
Evolução tecnológica
Se hoje os trios contam com todo um aparato tecnológico que complementam as apresentações dos cantores e bandas, há mais de duas décadas os efeitos visuais, como shows de pirotecnia e iluminação, eram mais limitados.
Revisitando o arquivo do Diário do Nordeste, uma imagem de Bell Marques, quando fazia parte da banda Chiclete Banana, feita pelo fotógrafo Cid Barbosa desfilava na avenida com o trio ainda com poucos recursos visuais na edição de 1995 do Fortal, na Beira Mar. Veja abaixo as fotos:
Especialmente para o Fortal
O diretor do ‘Bloco Eh Loco’, Renato Barbosa, explica que toda a parte de efeitos visuais nos trios são idealizadas e montadas pelos artistas que se apresentam e, para este ano, serão aplicados recursos de iluminação, led, pirotecnia e mais.
Além disso, o diretor afirma que, para o Eh Loco, serão dois veículos, um vem da Bahia e outro do Espírito Santo. “O que vem de Vitória é a primeira vez que vai tocar desde o começo da pandemia e vem especialmente pro Fortal, porque alguns já vêm com um roteiro definido, vão participando de outros eventos até chegar aqui”.
No bloco, se apresentam os cantores Jonas Esticado e Henry Freitas no domingo (24). Henry, inclusive, é estreante na micareta. O cantor, que já veio ao Fortal para curtir afirma que fazer o show será “uma experiência única”.
“Já senti a energia lá de baixo e agora fiquei com a responsabilidade de deixar a galera na mesma animação. A galera pode esperar aquela energia 1000% que o show do Henry Freitas tem”.
Henry ressalta ainda a diferença de fazer show em palco e em trios. “Nunca subi num trio pra fazer show, mas só ouvi coisas boas. Comecei a matutar um monte de ideia, porque trio é muito diferente de palco. Vou preparar uma estrutura diferenciada, um show pirotécnico, vai ter de tudo”, conclui.