Conforme a 33ª edição do Cine Ceará - Festival Ibero-americano de Cinema se aproxima, mais detalhes são revelados acerca do evento. Desta vez, trata-se do corpo de homenageados. Serão cinco: Ailton Graça, Bete Jaguaribe, George Moura, Josafá Duarte e Verônica Guedes.
As personalidades receberão o Troféu Eusélio Oliveira devido à carreira reconhecida em diferentes atividades, todas diretamente ligadas ao cinema – seja na formação, criação, realização ou difusão. As homenagens serão realizadas durante o festival, no Cineteatro São Luiz, em datas a serem anunciadas juntamente com toda a programação.
O Cine Ceará acontece de 25 de novembro a 1º de dezembro de forma gratuita. Antes mesmo de o festival começar, já bate recordes. O número de inscritos para as mostras Ibero-americana de Longa-metragem e Brasileira de curta-metragem superou a edição anterior, enfatizando a relevância da iniciativa.
Abaixo, você conhece o perfil dos homenageados pelo projeto:
Ailton Graça
O ator paulista tem extensa carreira de atuação no cinema, na televisão e no teatro. Na telona, estreou há 20 anos em "Carandiru", com o personagem Majestade. A homenagem no Cine Ceará será a primeira que o ator recebe ao longo de sua carreira, logo após estrear nos cinemas com seu primeiro protagonista, no longa “Mussum, o filmis”, cinebiografia de Mussum, que estreia no dia 2 de novembro.
No cinema, Ailton Graça atuou também em "Meu Tio Matou um Cara" (2004), "Querô – Uma Reportagem Maldita" (2007), "A Guerra dos Rocha" (2008), "Até que a Sorte nos Separe"(2012), "Correndo Atrás" (2019), "M8 – Quando a Morte Socorre a Vida" (2020), "Galeria Futuro" (2021) e "O Pai da Rita" (2022).
Tem trabalhos marcantes na TV, tendo integrado o elenco de novelas como "Império" e “Travessia”, dando vida ao professor de história Monteiro, casado e pai de adolescentes. Atuou também nas séries "Carcereiros" e "Cidade Proibida". No teatro, participou de peças como "A Vida que Pedi, Adeus", "Os Intocáveis" e "Diálogo Noturno com um Homem Vil", texto do dramaturgo suíço Friedrich Dürrenmatt, quando dividiu o palco com Celso Frateschi, sob direção de Roberto Lage.
Bete Jaguaribe
É doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), onde também realizou mestrado em História Social e graduação em Jornalismo – profissão que exerceu até os anos de 1990. Nesse período, iniciou experiência em gestão pública, sobretudo no campo cultural, com ênfase no audiovisual e na formação em artes.
Coordenou projetos como o Instituto Dragão do Mar de Artes, a Indústria Audiovisual e o Bureau de Cinema e Vídeo do Ceará, primeira film comission do Brasil. Na gestão do Ministro Gilberto Gil, foi chefe-de-gabinete da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, período em que também ocupou a função de Secretária do Audiovisual Substituta.
Atualmente, é diretora de Formação e Criação do Instituto Dragão do Mar (IDM) e da Escola Porto Iracema das Artes. Coordena o Curso de Cinema e Audiovisual da Universidade de Fortaleza (Unifor), onde também é professora, nas áreas de história e estética do cinema.
George Moura
O roteirista pernambucano é formado em Jornalismo e mestre em Artes Cênicas. É autor de séries como “Onde Está Meu Coração”, “Amores Roubados”, “O Rebu”, “Cidade dos Homens”, “Onde Nascem Os Fortes” e “Guerreiros do Sol”, e dos roteiros dos filmes “Moro no Brasil”, de Mika Kaurismaki, “Linha de Passe”, de Walter Salles, “O Nome da Morte”, de Henrique Goldman, “Redemoinho”, de José Luiz Villamarim, “O Grande Circo Místico”, de Cacá Diegues, “Getúlio” e “As Polacas”, de João Jardim, entre outros.
Moura já ganhou diversos prêmios, entre eles o de melhor roteiro adaptado no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro de 2019 com “O Grande Circo Místico”, e no Prêmio Abra de Roteiro de 2018 com “Redemoinho”, e já foi três vezes vencedor do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte). O filme “O Grande Circo Místico” foi exibido como Hour Concours no Festival de Cannes em 2008.
Criou e escreveu o programa “Por Toda Minha Vida”, da Globo, e tem oito indicações ao Emmy Internacional. Ele e Sergio Goldenberg são autores de “Guerreiros do Sol”, novela para o streaming Globoplay, com estreia prevista para 2025, dirigida por Rogério Gomes, conhecido como Papinha (“Pantanal”).
Josafá Duarte
O cearense é um agricultor e cineasta popular autodidata com extensa produção audiovisual. Nascido em 1960 em Forquilha, no interior do Estado, é casado e pai de três filhos. Entre 1977 e 1997 morou em Fortaleza, onde militou no movimento de bairros e favelas e no MST.
Começou a produzir cinema popular em 2006 na própria comunidade, o distrito do Salgado dos Mendes, em Forquilha. De lá para cá, já produziu 35 filmes, entre longas, médias e curtas-metragens. Em 2016, um trabalho dele virou tese de doutorado na Universidade Federal de Goiás (UFG), defendida pelo professor Paulo Passos de Oliveira, do Rio de Janeiro, que, neste ano, desenvolve o tema em pós-doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Os filmes de Josafá Duarte já foram exibidos na Alemanha, em Portugal e no Uruguai. Em 2017, a cidade natal do realizador foi reconhecida pelo Governo do Estado do Ceará como a capital cearense do cinema popular. Estes são alguns dos filmes dirigidos por ele: “A história de um galo assado” (2006), “Por debaixo dos panos 1 e 2” (2010 e 2011), “A espiã que amava Forquilha” (2011), “A História de um calça curta aperreado” (2011), “Forquilha sob ameaça química” (2012) e “A sogra e o lobisomem” (2013). Atualmente está trabalhando na produção da série “Nascidos em Barro Vermelho”.
Verônica Guedes
Cineasta, jornalista, produtora e diretora executiva do For Rainbow - Festival de Cinema e Cultura da Diversidade Sexual e de Gênero, consultora de comunicação e cultura, diretora executiva do Festival Samburá de Cinema e Cultura do Mar e da Mostra No Balanço do Coco. Foi membro suplente do Conselho Municipal de Promoção dos Direitos LGBT de Fortaleza (CMPDLGBT) entre 2018 e 2019, através do Centro Popular de Cultura e Ecocidadania (CENAPOP).
Construiu atuação em meio à ditadura militar durante a adolescência e a vida adulta como membro fundadora do Grupo Feminista 4 de Janeiro e participante da União das Mulheres Cearenses no final dos anos 1970.
É militante da cultura e do audiovisual com forte engajamento nas lutas de resistência, construindo e articulando a partir dessas categorias ações educativas em direitos humanos, de defesa dos direitos das populações LGBTQIAPN+ e mulheres.