Confira dicas para empreender depois da aposentadoria

Experiência e clareza de objetivos nessa fase da vida são vantagens na hora de abrir um negócio

Seja para complementar a renda, permanecer ativo ou deixar um legado, empreender após a aposentadoria pode ser uma oportunidade de ir atrás de desejos profissionais que não foram realizados durante a vida sem a pressão de precisar construir a carreira. Um exemplo famoso é o caso de Ray Kroc, do McDonald’s, que começou a rede de franquias da marca já com 52 anos. 

A experiência de vida é a principal vantagem de quem empreende nessa fase. Segundo a assessora executiva do Sebrae, Alice Mesquita, os empreendedores maduros costumam saber o que querem, o que facilita o processo. Veja abaixo dicas para montar um negócio nessa fase da vida. 

Ter clareza do objetivo do negócio 

A experiência é um dos aspectos positivos na hora de empreender após os 50 anos, já que aprendizados com atividades em outras empresas podem ser aproveitados na gestão do próprio negócio.

“Antes de começar, o aposentado tem que pensar em qual o nicho pretende atuar, qual tipo de produto, entre outros detalhes”, explica Alice.

Mas o ideal é não se arriscar tanto. O recomendado é enveredar em um ramo com o qual exista uma identificação. Se for algo no mesmo segmento em que o empreendedor aposentado trabalhou a vida toda, aproveita-se a experiência e até os contatos acumulados ao longo dos anos. 

Vale lembrar que, antes de abrir a empresa, é preciso fazer um plano de negócio com todos os passos, assim como em qualquer fase da vida. Para isso, vale procurar ajuda de um profissional.  

Guardar dinheiro em caixa 

Empreendedores que estão encerrando a carreira no mercado formal de trabalho, em geral, possuem algum financiamento próprio, seja com a aposentadoria ou economias feitas ao longo da vida. 

No entanto, não é recomendado colocar todo o capital guardado no negócio, sendo prudente optar por algo que não necessite grandes investimentos. “Não agir por impulso é a melhor decisão que pode ser tomada, tenha calma na hora de separar os valores de investimentos”, afirma Alice. 

Além disso, a recomendação é que você tenha uma empresa em seu nome, podendo ser um Microempreendedor Individual (MEI), se o faturamento for até o limite estabelecido por lei (até R$ 81 mil por ano). 

Contar com disponibilidade de tempo

Alavancar um negócio precisa de investimento financeiro e também de tempo. Isso porque é necessário pesquisar e gerir o negócio. "Por terem mais tempo, eles (os aposentados) aproveitam para se planejar mais, não têm aquele anseio dos jovens", explica Alice.  

Além disso, também é preciso ter tempo para adquirir novas habilidades, principalmente, as tecnológicas. Hoje, se a empresa não tem ferramentas digitais e está fora das redes sociais, deixa de ser competitiva.  

A falta de familiaridade com essas ferramentas, por exemplo, pode ser uma dificuldade, principalmente para idosos que estão desconectados do mundo tecnológico.

Outra habilidade que deve ser trabalhada é a de gestão. Se o empreendedor não tiver tido a experiência de gerenciar equipes, é preciso se capacitar fazendo cursos na área, ou buscando um profissional. 

“É preciso muita dedicação para se capacitar de forma eficiente para o seu negócio, o seu crescimento depende da sua habilidade de gestão”, aponta Alice.