Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça, conhecidos nacionalmente por terem fugido da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, foram recapturados pelas forças de segurança nesta quinta-feira (4). Uma fonte da Polícia Federal confirmou ao Diário do Nordeste que a dupla foi presa em Marabá, no Pará. O Ministério da Justiça e Segurança Pública também confirmou a prisão. No início da semana, um suspeito de ajudar na fuga foi preso em Fortaleza.
As buscas pelos criminosos chegaram a 50 dias nessa quarta (3) e chegaram a ultrapassar gastos de R$ 2 milhões. Estiveram envolvidos na operação mais de 600 agentes de segurança, entre policiais militares, civis, federais, penais e rodoviários federais, além da Força Nacional.
As informações são de que a prisão ocorre após uma mudança na estratégia de inteligência nas buscas, com condução da Polícia Federal. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) também participou da força-tarefa para encontrar os homens.
Uma coletiva de imprensa foi convocada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, nesta quinta, para falar sobre o assunto.
Como os fugitivos foram encontrados?
Os criminosos estavam em um carro e foram encontrados após um esforço do Serviço de Inteligência do Rio Grande do Norte. Eles buscavam chegar ao Pará. Junto à dupla, segundo o Globonews, foram capturadas outras quatro pessoas que estariam ajudando na fuga. Contudo, ainda não há mais informações a respeito dos cúmplices.
Recapturados, Deibson e Rogério foram encaminhados à sede da PRF no Pará, mas devem retornar ao presídio federal de Mossoró.
Quem são os presos recapturados?
Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça são naturais do Acre. Eles são apontados como líderes de uma facção criminosa de origem carioca — que tem braços em todos os estados do País, inclusive, no Ceará.
A dupla estava presa no Rio Grande do Norte desde setembro do ano passado, depois de participar de uma rebelião no presídio Antônio Amaro Alves, no Acre, em julho de 2023. Só Deibson — conhecido como "Tatu" ou "Deisinho" — figura em 34 processos e responde por crimes como formação de quadrilha, tráfico de drogas e roubo. Já Rogério, o "Martelo", que tem uma suástica (símbolo do nazismo) tatuada na mão, responde pelos crimes de homicídio qualificado, roubo, violência doméstica e tráfico de drogas.
Relembre a fuga da Penitenciária Federal de Mossoró
O programa 'Fantástico', da Globo, teve acesso ao interior da Penitenciária Federal de Mossoró e apurou que os presos estavam em uma área de isolamento composta por 12 celas no momento da fuga. A dupla estava em celas separadas, uma ao lado da outra, cada qual com oito metros quadrados, equipada com mesa, cama e banheiro.
Uma das hipóteses da investigação é que eles arrancaram pedaços de vergalhão das paredes da cela e usaram como ferramentas para retirar uma luminária que fica em outra parede lateral e fazer buracos que possibilitassem a passagem. Estima-se que foram necessários mais de três dias para completar esse processo.
Além disso, ainda segundo a investigação, os detentos usaram uma mistura de sabonete e papel higiênico como uma espécie de reboco para camuflar os buracos que faziam nas paredes. O sabão também teria sido utilizado para deixar os buracos mais escorregadios, facilitando a passagem.
Fora das celas, a dupla teria se deparado com uma área de serviço por onde passam dutos, rede elétrica e uma escada que dá acesso ao telhado. E, ao chegarem ao teto, eles retiraram as telhas e pularam para o pátio.
À época, a área externa estava protegida por um tapume de metal, devido a obras que eram feitas na unidade. Eles passaram tranquilamente pelo tapume e usaram um alicate deixado pelos operários para cortar a primeira parte da grade. Mais à frente, abriram passagem na segunda grade e, então, conseguiram fugir da penitenciária.